19/07/2008

Nova tentativa de criminalização do MST

Por Higor Oliveira

O Movimento dos trabalhadores rurais sem terra (MST) um dos mais importantes movimentos sociais do planeta, tem sua história marcada pela luta de milhares de famílias por um pedaço de chão, num país de dimensões continentais no qual uma diminuta parcela da população detém incontáveis quantidades de terras.

Dos muitos anos de luta resultam inúmeros casos desastrosos proporcionados pela violência dos grandes proprietários de terra e do Estado, reprimindo ocupações, retardando reforma agrária e investindo com armas pesadas contra as famílias assentadas em diversas regiões do país.

A violência aplicada contra os trabalhadores rurais sem terra sempre foi acompanhada de ações no campo ideológico-midiático no sentido de construir uma imagem negativa a respeito do movimento e vendê-la à população numa tentativa de mascarar a realidade e deslegitimar a luta social que, diga-se, ampara-se em preceitos constitucionais.

O último episódio desta tragédia foi a tentativa do Ministério Público do Rio Grande do Sul, sob guarda e interesse do Governo do Estado e das elites agrárias locais, de criminalizar o movimento, caçar direitos políticos e perseguir seus líderes, distorcendo a legislação brasileira de terras e assassinando a Constituição da República. Tentativa que foi imediatamente repelida pela direção do MST do Rio Grande do Sul que, em resposta, articulou uma contra-ofensiva em todo o país contando com apoio da quase totalidade das organizações de trabalhadores e até mesmo da Comissão de direitos humanos do Senado Federal.

Por todo o país organizaram-se atos em defesa do movimento, em Campinas não foi diferente. Tirou-se uma comissão composta por membros de diversas entidades de classe, partidos políticos e movimentos sociais e desta comissão resultou um ato no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, com mais de 100 participantes, ampla discussão e uma marcha com panfletagem em ruas do centro da cidade num ato de união da esquerda em defesa dos mais básicos direitos de uma parcela significativa da população brasileira.

O PCB esteve presente na luta contra a criminalização do MST assim como estará sempre atuante na defesa dos movimentos que agem dignamente contra os monopólios e injustiças sociais praticadas no Brasil e no mundo. Não é possível aceitarmos atos ditatoriais do poder público contra militantes e movimentos que defendem os interesses da classe trabalhadora. É inadmissível a tentativa de criminalização dos movimentos sociais no Brasil e a ofensiva da burguesia nacional na exploração dos trabalhadores do campo e da cidade.
Em defesa do MST, somos todos sem terra.

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