18/09/2009

Metalúrgicos da Intersindical: na luta garantimos 10% de reajuste nas montadoras

Os metalúrgicos da região de Campinas/SP nas montadoras Honda e Toyota conseguiram na greve aumento real de 5,35% mais o INPC do período totalizando um reajuste de 10%.
A campanha salarial reúne mais de 150 mil metalúrgicos das regiões de Campinas, Limeira, Santos e São José dos Campos. Há 12 anos esses sindicatos tem uma campanha salarial separada da CUT e da Força Sindical, pois essas centrais sindicais entregaram direitos fundamenteis dos trabalhadores aos patrões, como a clausula que garante estabilidade no emprego para as vitimas de acidente e doenças provocadas pelo trabalho.
Mais uma vez a CUT e a Força Sindical se aliam aos patrões e viram as costas para a luta dos trabalhadores. Aceitaram a proposta rebaixada da FIESP de reajuste que significa o INPC do período e apenas 2% de aumento real.
A revelia das direções pelegas os metalúrgicos na GM de São Caetano recusaram essas propostas e os metalúrgicos de São José dos Pinhais continuam a greve que se iniciou há mais de 2 semanas.
A greve realizada nos dias de ontem e hoje na Toyota e Honda demonstram que com organização e luta conseguimos manter e ampliar direitos e arrancar dos patrões aumento real de salários.

17/09/2009

Nota do MST sobre CPI instalada no Congresso Nacional

16 de setembro de 2009
A força das nossas mobilizações e o avanço das conquistas dos trabalhadores Sem Terra causaram uma forte reação do latifúndio, do agronegócio, da mídia burguesa e dos setores mais conservadores da sociedade brasileira contra os movimentos sociais do campo, em especial o MST, principalmente por conta do anúncio da atualização dos índices de produtividade da terra pelo governo Lula.
Denunciamos que a CPI contra o MST é uma represália às nossas lutas e à bandeira da revisão dos índices de produtividade. Para isso, foi criado um instrumento político e ideológico para os setores mais conservadores do país contra o nosso movimento. Essa é a terceira CPI instalada no Congresso Nacional contra o MST nos últimos cinco anos. Além disso, alertamos que será utilizada para atingir os setores mais comprometidos com os interesses populares no governo federal.
A senadora Kátia Abreu (DEM), líder da chamada bancada ruralista no Congresso Nacional, não admite que seja cumprida a Constituição Federal de 1988 e a Lei Agrária, de fevereiro de 1993, assinada pelo presidente Itamar Franco, que determina que "os parâmetros, índices e indicadores que informam o conceito de produtividade serão ajustados, periodicamente, de modo a levar em conta o progresso científico e tecnológico da agricultura e o desenvolvimento regional".
Os parâmetros vigentes para as desapropriações de áreas rurais têm como base dados do censo agrário de 1975. Em 30 anos, a agricultura passou por mudanças tecnológicas e químicas que aumentaram a produtividade média por hectare. Por que o agronegócio tem tanto medo da mudança nos índices?
A atualização dos índices de produtividade da terra significa nada mais do que cumprir a Constituição Federal, que protege justamente aqueles que de fato são produtores rurais. Os proprietários rurais que produzem acima da média por região e respeitam a legislação trabalhista e ambiental não poderão ser desapropriados, assim como os pequenos e médios proprietários que possuem menos de 500 hectares, como determina a Constituição.
A revisão terá um peso pequeno para a Reforma Agrária. A Constituição determina que, além da produtividade, sejam desapropriadas também áreas que não cumprem a legislação trabalhista e ambiental, o que vem sendo descumprido pelo Estado brasileiro. Mesmo assim, o latifúndio e o agronegócio não admitem essa mudança.
Os setores mais conservadores da sociedade não admitem a existência de um movimento popular com legitimidade na sociedade, que organiza trabalhadores rurais para a luta pela Reforma Agrária e contra a pobreza no campo. Em 25 anos, tentaram destruir o nosso movimento por meio da violência de grupos armados contratados por latifundiários, da perseguição dos órgãos repressores do Estado e de setores do Poder Judiciário, da criminalização pela mídia burguesa e até mesmo com CPIs.
Apesar disso, resistimos e vamos continuar a organizar os trabalhadores pobres do campo para a luta pela Reforma Agrária, um novo modelo agrícola, direitos sociais e transformações estruturais no país que criem condições para o desenvolvimento nacional com justiça social.
SECRETARIA NACIONAL DO MST