23/07/2010

PCB faz lançamento de campanha em Campinas

Neste sábado o PCB lançará sua campanha eleitoral na cidade de Campinas, com a presença do nosso candidato ao governo do estado de São Paulo, Igor Grabois.
As candidaturas de maior visibilidade deixam claro que não são tão diferentes: falam muito do mesmo. No entanto, a população continuam encontrando grandes problemas no seu dia-a-dia. Famílias perdem suas casas quando vem a chuva; o número de demissões foi elevado no último período; educação, saúde, transporte, segurança e diversão se transformaram em negócios muito lucrativos nas mãos de poucos. O peso de tudo isso é grande no bolso da maioria, que acaba ficando, muitas vezes, sem os serviços fundamentais.
Os candidatos favorecidos pelas grandes emissoras de televisão só falam em crescimento. Mas temos que nos perguntar: crescimento para quem? Melhoria nas condições de vida de quem? Certamente não são melhorias para os que vivem do salário. A população é chamada a participar somente na hora do voto, a cada dois anos, para legitimar a escolha de um ou outro. Enquanto isso, os grandes empresários, patrões, donos dos meios de comunicação e toda a sua corja buscam fazer das eleições uma garantia para as suas fortunas. Visam, a todo momento, continuar lucrando.
É por isso que o Partido Comunista Brasileiro reafirma o seu compromisso com os trabalhadores e com as trabalhadoras, das regiões urbanas e rurais. Compromete-se também com a juventude e com todos que enfrentam grandes dificuldades no Brasil e no estado de São Paulo.
O PCB apresenta as suas candidaturas ao conjunto da população como alternativa. Ao invés de mais uma forma de cuidar dos interesses dos poderosos, uma nova forma de poder. Propomos que a nossa classe de trabalhadores e trabalhadoras governe a sociedade. Uma nova e mais avançada forma de democracia.
O nosso foco é em uma sociedade que cresça e se aprimore, visando o livre desenvolvimento de todos. Seja no trabalho, na educação, na cultura ou no lazer.
Combatemos uma sociedade voltada para o lucro. Queremos um estado comprometido com a satisfação de todos os homens e mulheres, que só pode ser construído com o poder nas mãos de todo o povo.
A nossa campanha não abre concessões para estes que já estão ai. Os que contribuem para que a maioria continue vivendo as dificuldades para que uns poucos vivam muito bem. Estamos do lado de todos aqueles que lutam contra as injustiças e a exploração em nosso país
O PCB fará uma campanha movimento, com o objetivo de chegar até os trabalhadores. Temos que construir juntos uma nova forma de organização para o nosso país e nosso estado. O Poder Popular, junto da maior parte da população, voltado para a solução dos nossos reais problemas.
Onde? Comitê Intermunicipal do PCB de Campinas - Rua Dr. Quirino, 843, Sala 5 - Centro
Quando? 24 de julho (Sábado), às 14 horas.
Informações: Renato (9746-5852)

22/07/2010

Morre Luís Corvalán, histórico líder do PC do Chile

O ex-senador Luis Corvalán Lepe, líder histórico do Partido Comunista (PC) chileno, morreu nesta manhã em Santiago. Aos 94 anos, ele esteve internado em uma clínica da capital por problemas nos brônquios, mas ainda se desconhece a causa exata de seu falecimento. Um comunicado do PC divulgado à imprensa manifestou "profunda dor" pela morte de seu militante.
Professor e jornalista, Corvalán foi secretário-geral do Partido Comunista entre 1958 e 1989 e viveu por dois períodos na clandestinidade -- durante o governo de Gabriel González Videla (1946-1952) e a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Na época do governo de Videla foi levado aos campos de concentração de Pitrufquén e Pisagua. Após o golpe militar de 1973, Corvalán foi preso e enviado à ilha Dawson, no estreito de Magalhães, junto a dirigentes políticos e membros do governo de Salvador Allende (1970-1973). Durante sua permanência na ilha recebeu o prêmio Lênin de la Paz. O comunista também sofreu cativeiro nos centros de tortura de Ritoque e Três Alamos.
Após uma negociação inédita entre o governo da União Soviética e de Pinochet, Corvalán foi trocado em Zurique, na Suíça, pelo dissidente Vladimir Bukovsky em 16 de dezembro de 1976. O chileno regressou a seu país em 1988, quando chegava ao fim a ditadura militar, e participou do processo de redemocratização do país. Corvalán faleceu enquanto trabalhava na redação de um livro sobre a história do Partido Comunista Chileno e sua contribuição ao processo político do país.

21/07/2010

VITÓRIA: TRABALHADORES DA FLASKÔ CONSEGUEM REVERTER DECISÃO DO JUIZ QUE MANDAVA FECHAR A FÁBRICA

Depois de alguns dias de angústias, nós, trabalhadores da Flaskô, com o apoio e a solidariedade de classe de todos os movimentos sociais e entidades populares, conquistamos mais uma vitória: conseguimos reverter a decisão do Juiz de Sumaré que decretava a falência da fábrica. Mostramos que não permitiremos qualquer tentativa de fechamento da fábrica. A Flaskô é do povo!
A decretação da falência da Flaskô
No dia 01 de julho, o Juiz André Gonçalves Fernandes, da 2ª Vara Cível de Sumaré, decretou a falência da Flaskô. Como explicamos, tal medida trata-se de um dos mais graves ataques proferidos contra os trabalhadores da Flaskô, com a clara medida de fechamento da fábrica. Como resultado, teríamos o desemprego de todos os trabalhadores, o fim das atividades sociais da Fábrica de Cultura e Esportes e ameaçar o próprio futuro da Vila Operária e Popular, além de ser decretar o fim da luta histórica dos trabalhadores da Flaskô.
Como se sabe, em 12 de junho de 2003 os trabalhadores da Flaskô ocuparam a fábrica como única forma de garantir seus postos de trabalho. Desde então, é de conhecimento público a luta do Movimento das Fábricas Ocupadas. Para os capitalistas é inaceitável uma gestão democrática dos trabalhadores, na qual a prevalência é de implementar as conquistas históricas da classe operária, como a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais (sem redução de salários) e solidariedade com todos os movimentos sociais e sindicais, questionando a propriedade privada dos meios de produção, lutando abertamente pela estatização sob controle operário.
Explicamos que a decisão deste juiz possuía o mesmo “pano de fundo” da decisão judicial que decretou a intervenção na Cipla e Interfibra, em Joinville, em 31 de maio de 2005. Lá, o juiz disse que “não seria um bem social a manutenção das fábricas”, concluindo com a pergunta que explica toda a preocupação dos capitalistas: “imagine se a moda pega?”. Aqui a situação é bem parecida. Fica claro o papel de classe que exerce o Poder Judiciário. Mas, como sempre, mesmo nos marcos jurídicos burgueses, rasgam-se os direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores, especialmente os garantidos na Constituição Federal.
Como denunciamos, o ataque é frontal e direto contra a organização da classe trabalhadora, tanto é que no ano passado, ao tratar de uma ocupação do MTST em Sumaré, este mesmo Juiz tinha dito que o MTST, junto com o MST e a FARC, “fazem parte da Via Campesina, uma organização terrorista internacional”. E mais, um Juiz contra os direitos democráticos, crítico do feminismo e contra o aborto (até mesmo em casos de anencefalia), além de defensor da homofobia. Ou seja, sabemos que se trata de um conflito de classe, com trabalhadores e proprietários se enfrentando, e o Juiz, como representante do Estado Burguês, possui claramente um lado.
Explicamos também que o processo de falência que originou esta decisão é uma dívida de matéria-prima com a empresa Fortymil (braço da Braskem), de 2007, portanto, sob a gestão dos trabalhadores. A mesma se formou por conta do corte ilegal de energia promovido pelo interventor da Cipla. Salientamos que os trabalhadores sempre se propuseram a pagar o valor da dívida, que era de R$ 37.000,00 à época. No entanto, a Fortymil sempre se recusou a receber nossas propostas, e entrou com o pedido de falência, ao invés de ser um processo de cobrança. Os trabalhadores da Flaskô sempre pediram para efetuar o pagamento para o Juiz, porém este sempre recusou, não reconhecendo a gestão dos trabalhadores, mas dizendo que somente aceitaria o pagamento da proprietária da Flaskô que consta no contrato social da f ábrica, desconsiderando a administração operária existente. A Cristiane de Marcello, proprietário da Flaskô “no papel” não foi localizada (ela é foragida da polícia e nunca pisou na fábrica), e o Juiz toma a decisão de decretar a falência sem possibilitar qualquer defesa dos trabalhadores da Flaskô, nem mesmo reconhecendo as diversas tentativas de pagamento, inclusive juntadas no processo.
Explicamos também que o Juiz desconsiderou que é completamente desproporcional decretar a falência de uma fábrica por uma dívida num valor pequeno (ao se pensar uma fábrica), perto do passivo total da Flaskô deixado pelos patrões, que inclusive ele não faz qualquer referência concreta no processo. Assim, ele conclui, de forma simples e irresponsável, em apenas sete páginas, sem fundamento no próprio direito burguês, que é “necessário que (a Flaskô) cesse suas atividades”, e, por isso, “decreta a falência da empresa Flaskô”.
As primeiras medidas a serem feitas
Como havíamos informado, após a decisão da decretação da Falência, tomamos todas as medidas jurídicas cabíveis, assim como nos preparamos politicamente. Ao divulgarmos a carta pública no dia 06 de julho, pudemos comprovar a força da luta dos trabalhadores da Flaskô. Recebemos milhares de e-mails, centenas de ligações, visitas pessoais na fábrica, mostrando toda a solidariedade de classe existente entre os trabalhadores. Diversas organizações da classe operária, diversos movimentos sociais e entidades populares, organizações de Direitos Humanos de todo o mundo, nos demonstraram porque conseguimos manter estes sete anos de Flaskô, sob controle dos trabalhadores.
Sabemos que somente a unidade da classe trabalhadora poderá enfrentar o poder da burguesia. E, este ataque contra a Flaskô, era apenas mais um caso. Por isso, todos confirmaram suas presenças para o ato público convocado para o dia 16 de julho.
Além das medidas jurídicas e políticas, adotamos a posição de buscar o acordo e pagar a dívida para a Fortymil, como sempre havíamos proposto, demonstrando, uma vez mais a boa-fé da gestão operária da Flaskô. Para eles, agora que já tinha sido decretada a falência, “não teria problema” receber o valor devido.
O Juiz permanecia com sua posição: fechar a fábrica
Com o acordo realizado, peticionamos dizendo que foi feito o acordo entre as partes, que a credora se recusava a assumir o encargo de administradora judicial e que também propunha o fim falência, e, por isso, o Juiz deveria reverter a decisão.
Em conversa pessoal com o próprio Juiz, explicamos todos estes pontos, na posse de todos os documentos comprobatórios, requerendo a reversão da decisão da falência, já que não havia dúvidas quanto à desnecessidade da mesma. No entanto, o Juiz dizia que todos estes fatos eram irrelevantes e que não vislumbrava possibilidade real de resolução da situação da Flaskô. Dizia que “respeitava” o esforço dos trabalhadores, mas que tal processo era a “brecha” para se pensar uma solução. Ora, uma solução que desconsiderava todo o histórico da luta da Flaskô, e seu claro papel social de organização dos trabalhadores e do desenvolvimento das atividades culturais e de luta por moradia, com a Vila Operária e Popular.
O Juiz, pressionado, muda de posição
Enfim, o Juiz mantinha sua posição, mas as contradições aumentavam. A imprensa, não só de Sumaré, mas de todo o Brasil, questionava o próprio Juiz, pois restava claro que a falência era indevida, haja vista que causaria um grande prejuízo social. Muitos entraram em contato diretamente conosco e se indignavam sobre a possibilidade de fechamento da Flaskô.
Dentre as medidas tomadas, buscamos os parlamentares comprometidos com a luta dos movimentos sociais e dos trabalhadores, explicando a situação atual da Flaskô e convocando-os para o ato público. Todos estavam indignados com tal decisão do Juiz, dizendo claramente que “fariam de tudo para não deixar a fábrica fechar, pois os trabalhadores da Flaskô eram um exemplo de luta e que cumpria um papel extremamente relevante para a sociedade”.
O senador Eduardo Suplicy, do PT de São Paulo, não somente conversou conosco, mostrando-se solidário, como indignado, disse que se dirigiria diretamente pessoalmente ao gabinete do Juiz, pois “não aceitaria que a Flaskô fechasse”. Desta forma, no dia 15 de julho, o senador chega no fórum de Sumaré para se reunir com o Juiz.
Durante a reunião, Suplicy explicou que a Flaskô cumpria uma importância tarefa social, com a garantia dos empregos diante do abandono da fábrica pelos patrões, assim como realizava diversos projetos sociais e culturais, além do que, eventual fechamento da Flaskô poderia prejudicar as mais de 300 famílias que moram na Vila Operária e Popular. Vinte minutos depois, o Juiz sai junto com Suplicy, e afirma à imprensa presente que reverteria a decisão, pois considerava os fatos levantados pelo senador, reconhecendo o caráter social da gestão dos trabalhadores da Flaskô e que, com o acordo realizado, não via mais motivos para tal medida.
O Juiz se sentiu extremamente pressionado para reverter a decisão que havia dado. Viu que não havia motivos para tanto, e apesar da intransigência anterior, foi obrigado a alterar sua decisão. Tal fato que sempre havíamos explicado e estávamos convictos que conseguiríamos. Tínhamos segurança quanto à nossa força política e seu reconhecimento em toda a sociedade. A Justiça, dos trabalhadores, seria feita! E assim foi...
Grande ato público na Flaskô
No dia 16 de julho, sexta-feira, às 13hs, realizamos um grande ato público contra qualquer tentativa de fechamento da Flaskô. Pelo Coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô, Pedro Santinho, foi explicado este ataque contra os trabalhadores, expondo suas contradições. Alexandre Mandl, advogado dos trabalhadores da Flaskô, explicou todas as medidas que foram feitas. A indignação de todos contra a decisão do Juiz era visível. Os trabalhadores da Flaskô se sentiam fortalecidos, entusiasmados com o apoio que haviam recebido. A palavra de ordem era: “Estatização, e na Flaskô, ninguém coloca a mão”. Os trabalhadores da fábrica lembravam de cada um dos ataques sofridos, e sabiam que venceriam mais uma vez. Todas as representações presentes reafirmavam que não aceitariam qua lquer tentativa de fechamento da Flaskô.
Juiz reverte a falência da Flaskô
Depois de toda esta pressão realizada, com o apoio massivo de todas as organizações da classe trabalhadora, com todo o apoio popular na cidade de Sumaré, após todas as medidas corretamente adotadas pela gestão operária da Flaskô, o Juiz foi obrigado a reverter a decisão da falência, “declarando encerrada o processo de falência da Flaskô”.
Mais uma vitória! Mas os desafios só aumentam...
Como sempre explicamos, somente com estatização da Flaskô garantirá os postos de trabalho, as atividades sociais e culturais de forma duradoura. Depois do criminoso ataque contra as fábricas Cipla e Interfibra, em Joinville/SC, sabíamos que nossas dificuldades aumentariam. Mas, seguimos firmes e convictos da capacidade do Movimento das Fábricas Ocupadas e aumentaremos a pressão para que o governo federal estatize a Flaskô.
Pressionaremos também para que o prefeito Bacchim e os vereadores de Sumaré decretem, imediatamente, a Flaskô como de interesse social.
E mais, como classe trabalhadora, combateremos todos os ataques e criminalizações contra todos os movimentos sociais e contra os operários da Flaskô.
Na atual situação econômica internacional, a acumulação do capital exige o confronto com os trabalhadores, mas, justamente por isso, a unidade e solidariedade de classe precisam dar a resposta aos capitalistas. Mais uma vez, mostrarmos nossa força e capacidade de organização e solidariedade!
Agradecemos todo o apoio recebido, e contem todos com nossa solidariedade.
Estaremos sempre vigilantes e atentos contra qualquer agressão à classe trabalhadora.
Parabéns à todos os trabalhadores da Flaskô!
Seguiremos firmes, e reafirmando:
- Contra qualquer ameaça de fechamento da Flaskô!
- Estatização sob controle operário!
- Pela Decretação de Interesse Social da Flaskô!
- Contra a criminalização dos Movimentos Sociais!
- Viva a solidariedade da classe trabalhadora!
- Viva a luta pelo socialismo!
Sumaré, 19 de julho de 2010
Conselho de Fábrica da Flaskô
mobilizacaoflasko@yahoo.com.br
19-3854-7798/11-9930-6383/19-8129-6637

19/07/2010

76 anos de luta contra o fascismo

Em 1934, no dia 7 de outubro, em São Paulo, ocorreu a chamada Batalha da Sé. Os Integralistas, fascistas brasileiros, marcaram para aquela data uma manifestação de rua, na qual defenderiam a concentração de poder do Estado, a destruição das organizações de esquerda e a perseguição política sistemática aos opositores da burguesia.
A passeata buscava reproduzir a vitória dos fascistas italianos, que conquistaram as ruas com suas tropas de camisas-negras, militantes paramilitares que espancavam militantes de esquerda, queimavam os jornais de oposição e invadiam sindicatos e sedes de qualquer organização que estivesse do lado dos trabalhadores. Era a tentativa de se iniciar um ciclo de intimidação contra a esquerda brasileira, ciclo de terror que tinha apoio das instituições do governo, que estavam nas mãos dos apoiadores de Getúlio Vargas.
No entanto, os comunistas brasileiros do PCB ficaram sabendo da organização de tal evento, e convocaram, junto a outras organizações de esquerda, incluindo anarquistas e trotskystas, uma frente antifascista. A Frente antifascista planejaria como inviabilizar a passeata integralista e torná-la um fracasso a ser lembrado para sempre. No dia quatro de outubro, o jornal A Plateia lançou a manchete: “O PCB convida todos os partidos da esquerda e sindicatos operários para uma Frente Única anti-fascista”.
A frente antifascista demonstrou o poder que a esquerda unificada, na luta contra o fascismo, pode ter. Construindo um plano militar, os militantes da esquerda, sob liderança do líder tenentista João Cabanas, de Roberto Sisson e do comunista do PCB Euclydes Krebs, ocuparam diferentes trechos da Praça da Sé por onde passaria a manifestação integralista. Esperando pacientemente, a esquerda escutou os gritos antipopulares dos fascistas que passavam trajando verde, apenas gritando em resposta “Abaixo o fascismo”. Foi quando a primeira fileira dos integralistas já havia passado que os militantes da esquerda viram as metralhadores dos paramilitares fascistas.
Preparados para luta, os comunistas e os antifascistas não recuaram. A batalha durou aproximadamente 4 horas, e teve como resultado 6 mortos e 34 feridos, entre fascistas e antifascistas. Os integralistas recuaram em desespero. A maior parte deixou para trás suas camisas verdes, e seu apoio direto ao integralismo. A ação da esquerda fora tão vitoriosa que o integralismo foi desmoralizado: o fascismo brasileiro não poderia vencer, em ação direta, a esquerda.
Até hoje os poucos integralistas que existem ainda choram pelo resultado da batalha. Tentam mentir, falar que foram vitoriosos, mas os documentos históricos não deixam a mentira avançar. A Frente Integralista Brasileira, existente até hoje, afirma que só houveram 2 baixas naquele dia e ignora que os fascistas correram com tanto medo da força da esquerda que o episódio foi apelidado de 'Revoada dos galinhas-verdes'. Hoje os integralistas não passam de pessoas perdidas no passado.
No entanto, o fascismo não foi derrotado naquele dia. O fascismo brasileiro deixou de se organizar em um Partido, para se espalhar nas diversas organizações do governo e de empresas privadas. Os anos que se seguiram não foram de vitórias gloriosas da esquerda.
O maior exemplo de que o fascismo se espalhou em nossa sociedade é o processo pelo qual passa a polícia militar. Esta se tornou um verdadeiro aparato de caça e repressão à população. A pobreza foi criminalizada, não por suas ações, mas por sua natureza. Ser pobre, hoje, significa ser perseguido pela polícia.
Os grupos de extermínio cresceram em número e em natureza. Hoje tais grupos possuem vasta participação de policiais militares, mas tem em seus membros também civis que se juntam por acreditarem que a população deve morrer para que haja silêncio. E a burguesia brasileira se cala, pois enquanto os pobres morrem, não há grandes problemas. Há casos ainda de assassinatos encomendados, dos quais são vítimas membros do MST, de sindicatos e outras organizações de contestação. E quando pegos, os policiais membros de tais grupos de extermínio são julgados em foro especial.
Hoje, contra o fascismo do estado de São Paulo e da sociedade brasileira, a população encontra pouco amparo. É nesse clima que o PCB relembra a Batalha da Sé, quando a esquerda organizada combateu o fascismo. Hoje não podemos deixar de fazer diferente. A luta de toda a esquerda por uma mudança ferrenha deve ocorrer. Não acreditamos que a paz nos será dada de mão beijada. A repressão continuará. Mas é nosso papel alertar a população e organizá-la para denunciar e enfrentar o crescente fascismo brasileiro.