10/07/2008

EM DEFESA DO MST SOMOS TODOS SEM TERRA!

Nos próximos dias 11 e 12 de julho, o comitê de apoio ao MST organizado em Campinas irá realizar atividades para marcar a participação no movimento que vem se organizando em vários estados brasileiros contra a criminalização do MST e em defesa da luta contra o agronegócio.
Participe e ajude a divulgar!
DIA 11 de julho, sexta-feira, às 19h00 no Sindicato dos Metalúrgicos de CampinaDebate sobre a criminalização dos movimentos sociais, em especial os últimos ataques sofridos pelos militantes do MST no Rio Grande do Sul.Haverá ainda uma exposição de fotos sobre o tema.
DIA 12 de julho, sábado, às 9h00, no Largo do Rosário.Atividade pública "o que quer o MST e o que quer o agronegócio no Brasil": panfletagem do manifesto em defesa do MST e exposição do que é produzido em assentamentos.
Participam da construção dessas atividades:
MSTSindicato dos Metalúrgicos de CampinasSindicato dos Químicos Unificado - CampinasSintpqDiretório Central de Estudantes da UnicampDiretório Central de Estudantes da PUCCampGEMCMovimento Negro UnificadoConlutasIntersindicalPastoral OperáriaAbraçoIdentidade - Grupo de Ação Pela Cidadania LGTTBMovimento Hip-Hop
E os partidos:PCBPSTUPSOLPTPC do B
(caso sua entidade ou organização queira assinar, entrar em contato com danixhm@yahoo.com.br). Aqui vão outras datas de atividades em defesa do MST pelo Brasil:

ATOS EM SOLIDARIEDADE AO MST EM DIVERSOS ESTADOS
Diante da criminalização que o Movimento dos Sem-Terra vem sofrendo, expressa na resolução do Ministério Público do RS, diversos movimentos, entidades, parlamentares e personalidades que apóiam o MST organizaram, a partir desta quarta-feira (9/7), atividades em solidariedade aos Sem-Terra. Nesta quarta-feira (9/7), haverá audiência pública em Brasília, na Câmara dos Deputados, e atos no Rio de Janeiro e em Curitiba. As atividades continuam em Fortaleza (10/7), Campinas (11 e 12/7) e São Paulo (16/7), entre outros municípios. Segue abaixo o calendário das atividades, que ainda sofrerá acréscimos durante a semana: Brasília – Audiência Pública na Câmara dos Deputados promovida pela Comissão de Direitos Humanos para debater o processo de criminalização ao MST, no Plenário 4 (Anexo II), às 14h, quarta-feira (9/7). À noite será realizada uma reunião com diversas personalidades e movimentos sociais para organizar novas iniciativas. Rio de Janeiro – Também na quarta-feira (9/7), ato em Solidariedade ao MST e contra a criminalização dos movimentos sociais, a partir das 13h no Ministério Público do Rio de Janeiro (Rua Marechal Câmara 370, Centro). Em seguida haverá uma reunião dos movimentos para pensar outras iniciativas em apoio ao MST. Paraná – Em Curitiba, a partir das 10h da quarta-feira (9/7) representantes dos movimentos sociais, partidos políticos, sindicatos e entidades estarão em frente ao Ministério Público. Ceará – No dia 10/7 haverá um debate no auditório da reitoria da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, às 19h. São Paulo - Ato Público em Repúdio à Criminalização do MST com a presença de juristas, intelectuais, jornalistas, artistas, representantes de movimentos sociais, sindicatos, entidades parceiras, além de militantes e dirigentes do MST. Dia 16 de Julho de 2008, 19h, na PUC-SP (TUCA), Rua Monte Alegre 1024 – Perdizes.
Campinas - 11 de julho, sexta-feira: debate às 19h, no Sindicato dos Metalúrgicos, com o tema A criminalização recente ao MST e a luta contra o agronegócio. No sábado (12/7), entre 9 e 12h, no centro de Campinas exposição de fotos sobre o MST, panfletagem, conversa com a população e feira com produtos das áreas de assentamentos.

SOLIDARIEDADE ÀS FARC (Nota Política do PCB)


Em toda a sua história, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo (FARC-EP) nunca precisaram tanto da solidariedade dos internacionalistas do mundo todo.
A ofensiva midiática e ideológica do imperialismo vem surtindo efeito.
A esquerda reformista procura diferenciar-se cada vez mais da organização insurgente colombiana, para não perder votos nem espaço na mídia e no aparato institucional.
Por outro lado, razões de Estado levam importantes lideranças revolucionárias da América Latina a concessões que contribuem para isolar as FARC, ajudando objetivamente a campanha de satanização que lhes move impiedosamente o império. Praticam uma diplomacia de curto prazo, na ilusão de que o fim da guerrilha diminui a insaciável agressividade do imperialismo, que lhes cobrará mais e mais concessões.
Alguns chegam ao ponto de não criticar o terrorismo de Estado, que deu causa e sobrevivência ao movimento guerrilheiro na Colômbia. Não ajudam a desmentir os estigmas, embora saibam perfeitamente que as FARC são uma organização política revolucionária, nem narcotraficante e nem terrorista. Outros teorizam sobre formas e métodos de luta, desumanizando as FARC, ao comparar processos revolucionários diferenciados. Não lhes ocorre, em seu discurso humanitário de mão única, preocupar-se com o inevitável assassinato em massa de milhares de combatentes revolucionários, a mando dos verdadeiros terroristas Bush e Uribe, no caso de desmilitarização unilateral da guerrilha, como já aconteceu recentemente. Esquecem-se até de reivindicar negociações de paz!
Mas o mais triste mesmo é não se lembrarem sequer de cobrar a necessária contrapartida às verdadeiras ações humanitárias que as FARC vêm praticando:
LIBERDADE PARA TODOS OS PRESOS POLÍTICOS COLOMBIANOS!
PCB (Partido Comunista Brasileiro)
Julho de 2008

07/07/2008

NÃO HOUVE RESGATE! (por Narciso Isa Conde)

O regime de Uribe é perito em iniciativas espetaculares e shows mediáticos. E para isso conta com a ajuda nada desprezível dos poderosos meios de comunicação dos EUA e da oligarquia capitalista mundial. Dia 1º de Julho deste ano, o jornal El País, da Espanha, informava que:
"Bogotá autorizou a reunião dos negociadores europeus a fim de discutirem o futuro dos seqüestrados com as FARC, segundo informaram os meios colombianos. O antigo cônsul francês em Bogotá, Noél Sáez, e o diplomata suíço Jean-Pierre Gontard partiram no princípio do passado fim de semana rumo a um ponto de encontro nas montanhas que o governo não informou e poderiam ter-se reunido já com membros do secretariado da guerrilha e inclusive com o novo líder das FARC".
Por sua vez, a Agência Popular de Notícias, da Venezuela, a 2 de Julho, esclareceu o seguinte:
"Enquanto as FARC, em coordenação com emissários dos governos da França e da Suíça, efetuavam a transferência dos 15 retidos em dois helicópteros, funcionários do Exército colombiano já haviam detectado e ocupado as aeronaves previamente".
"Ainda que o governo da Colômbia tenha anunciado a operação como um resgate militar por parte do Exército colombiano, segundo a televisão francesa a libertação de Ingrid Betancourt, junto com 10 militares colombianos, um policial e os três mercenários estado-unidenses, teria sido resultado do desvio do helicóptero onde as FARC transferiam os 15 retidos para um ponto onde, supostamente, seriam entregues a Alfonso Cano, o qual estava a negociar com uma delegação francesa e suíça a libertação".
Está claro: as FARC acederam em libertar esses retidos para serem entregues à referida delegação franco-suíça, que atuou em nome dos países europeus "Amigos da Colômbia", os quais antes já haviam intervindo em favor da troca humanitária de prisioneiros.
Recordamos que, pouco antes de ser bombardeado o acampamento do comandante Raúl Reyes, este tratava de buscar a maneira de libertar Ingrid Betancourt e, para esse fim, teve contatos diretos com o governo do Equador e da França.
Então, Uribe e seus chefes militares, com a cumplicidade e a tecnologia do Pentágono e a ajuda de dois generais equatorianos vinculados à CIA, planejaram e executaram a "operação cirúrgica" que exterminou o acampamento do comandante Reyes. Assim, violentando a soberania territorial do Equador e provocando um massacre, impediu-se então a libertação de Ingrid Betancourt.
Já anteriormente, no início deste milênio, imediatamente depois da captura pelas FARC desta ex-candidata presidencial colombiana, o autor deste artigo participou em gestões para a sua liberdade e também então o senhor Álvaro Uribe interpôs uma operação militar para bloquear esse passo, quando estava a ponto de concretizar-se.
Roubo da iniciativa às FARC
Agora as circunstâncias são diferentes e Uribe e seu regime narcoparaterrorista decidiram atuar de outra maneira.
Como não podiam recusar o pedido do diplomata francês Noel Sáez e do suíço Jean Pierre Gontard, aceitaram suas gestões e autorizaram seus esforços para entrar em contato com o Secretariado das FARC e inclusive informaram, nacional e internacionalmente, a partir do palácio presidencial.
As FARC aceitaram de boa vontade a proposta franco-suíça e dispuseram-se a trabalhar nessa direção. Esses quinze reféns estavam distribuídos em três pontos diferentes e distantes; por essa razão, resolveu-se juntá-los num ponto comum da selva colombiana.
Montou-se previamente uma operação civil, em helicópteros civis, para efetuar as transferências e organizar a cerimônia de entrega dos prisioneiros, na qual aparentemente participaria a direção das FARC e a delegação estrangeira.
Tudo estava acordado e os helicópteros civis avançaram nas direções previstas, só que nem as FARC nem os representantes da França e da Suíça contaram com a astúcia inescrupulosa de Uribe, apesar de ser bem conhecida e comprovada. Talvez tenham pensado – e mal – que Uribe não se atreveria a tanto.
Mas nem Uribe, nem a CIA, nem o Pentágono, iam permitir que as FARC registrassem esse tento; menos ainda se era relativamente fácil impedi-lo, voltando nesse ponto o jogo a seu favor.
Bons trapaceiros, magníficos jogadores, peritos no roubo... arquitetaram "intervir" nos vôos dos helicópteros civis, antes de chegarem ao ponto onde se encontravam os prisioneiros.
Tomaram militarmente as duas aeronaves, disfarçaram de civis os militares e procederam para enganar os encarregados de reuni-los no seu plano humanitário.
Jogada relativamente fácil, que evidentemente não necessitou de qualquer trabalho de infiltração prévia nos grupos de custódia, por mais que os uribistas insistam na tentativa de converter essa mentira em verdade, para apresentar as FARC em suposta e falsa debandada.
Foi preciso simplesmente conhecer os helicópteros contratados em Bogotá pelos negociadores estrangeiros, precisar suas localizações e possíveis trajetórias.
A finalidade não podia ser derrubá-los, nem tão pouco realizar outra ação de extermínio como aquela realizada contra Raúl Reyes na fronteira com o Equador.
Depois de aceitar a gestão européia e de propaganda, Uribe e seus colaboradores não podiam atuar dessa maneira criminosa sem pagar um enorme custo político. A meta fundamental era impedir que as FARC concretizassem o gesto que ele próprio aprovara: impedir a entrega formal dos retidos aos intermediários europeus e capturá-los de surpresa, para roubar a cena.
Esses tipos não são só ladrões de pesos, dólares e propriedades.
Roubam também iniciativas e contam com um poderoso coro mediático que propaga a sua manobra como uma grande façanha.
Não houve resgate militar de prisioneiros, porque os retidos estavam a ponto de serem entregues no decorrer de uma operação civil e ninguém das FARC tinha ordens para resistir e por em risco a vida dessas pessoas.
Houve assalto militar de dois helicópteros pilotados por civis desarmados, para então atribuir-se a vitória pela libertação daqueles que de qualquer forma – e sem o risco do choque que implicava essa operação surpresa – iam ser libertados.
Uribe e o alto comando militar colombiano interceptaram o processo e desviaram-no a seu favor. Tudo – repito – para roubar a iniciativa às FARC e "ganhar" o show.
Nada a felicitar na conduta de Uribe
Isso não merece felicitação alguma, nem a Uribe nem aos seus, a partir de uma posição francamente revolucionária ou simplesmente progressista e honesta.
Tão pouco demonstra a caducidade da luta armada como proclamam outros que provavelmente a ela terão que recorrer se as coisas continuarem como vão, se a "mãe de todas as crises" continuar impondo seu poderio agressivo, se a IV Frota da Armada dos EUA continuar no seu curso agitado, se a base de Manta for transferida para a Guajira colombiana (próximo à fronteira com a Venezuela), se o separatismo fabricado pelo imperialismo persistir em fraturar a Bolívia (primeiro) e o Equador e a Venezuela (depois), e se nossos povos se virem obrigados a desembainhar a espada de Bolívar.
Aqueles que elogiam Uribe e conciliam com ele, a partir de processos diferentes e contrapostos ao modelo que ele representa, aqueles que o consideram seu irmão e os que mantêm silêncio frente aos planos tenebrosos desse senhor e dos seus poderosos padrinhos do Norte, na verdade afiam a faca dos outros, para as suas próprias gargantas: estão a dar oxigênio a uma espécie de sub-imperialismo perverso, instrumento dos falcões de Washington.
Uribe é um criminoso, não porque há poucos dias e corretamente o tenha dito o comandante Daniel Ortega, e sim porque realmente mata a granel, dentro e fora das suas fronteiras.
Conta com muitos facínoras e com um tutor feroz e voraz, com sede na Casa Branca.
Não é casual o amor que lhe têm Bush e McCain.
A quem não fica bem elogiá-lo é ao comandante Chávez, menos ainda depois de o líder da revolução bolivariana lhe ter dito tantas verdades merecidas: mentiroso, genocida, peão do imperialismo...
Por isso, quando leio essas desnecessárias felicitações e observo da sua parte um inesperado espírito de cooperação com Uribe, resultado no meu entender da razão de Estado, da diplomacia mal compreendida e de manobras tácticas inconsistentes, fico com o coração despedaçado.
Não, Comandante, lhe queremos muitíssimo. Valorizamos muito o processo antiimperialista e pró-socialista que o senhor impulsiona na Venezuela e na nossa América. Mas assim, não!
Na verdade, não quero pensar que a Venezuela esteja a começar a fazer marcha atrás e sim que simplesmente incorreu num mau cálculo e num erro superável. Essa é a minha esperança atual.
O original encontra-se em www.abpnoticias.com Este artigo encontra-se em http://resistir.info/