28/03/2009

Todo apoio à greve dos petroleiros

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(Nota Política do PCB)

Os trabalhadores da Petrobrás estão em greve. A força do movimento é o reflexo da justeza das reivindicações dos grevistas: reajuste salarial, pagamento a mais pelo trabalho nos feriados, manutenção dos empregos dos funcionários das empresas subcontratadas e melhores condições de trabalho (os mortos, desde o ano 2000, chegam a 165, dos quais 134 eram trabalhadores de empresas terceirizadas).

Os petroleiros, assim como a maioria dos trabalhadores brasileiros, vem sofrendo com as políticas neoliberais de perda de direitos trabalhistas, de precarização do trabalho, de desmonte da previdência, implementadas pelos governos Collor, FHC e Lula. A Petrobrás, empresa que, fruto das lutas populares pela soberania brasileira no setor petróleo, já foi um dos principais símbolos nacionais, é, hoje, uma empresa privada: apenas 40% de suas ações pertencem ao governo brasileiro, o mesmo governo que, através da Agência Nacional do Petróleo – ANP – vem vendendo, por meio de leilões, as jazidas petrolíferas de nossa plataforma continental.

O Partido Comunista Brasileiro manifesta sua total solidariedade militante aos petroleiros em greve. Entendemos, no entanto, que o movimento não deve restringir-se às questões econômicas. Os trabalhadores petroleiros devem dirigir-se ao conjunto da classe trabalhadora brasileira não apenas para construir o apoio à greve mas também para conclamar à luta pelo fim imediato dos leilões das reservas petrolíferas brasileiras e pela retomada da Petrobrás como uma empresa estatal, para que, nesta condição, ela possa investir seus lucros no enfrentamento dos problemas sociais brasileiros.

Todo o apoio à greve dos petroleiros
Pela reestatização da Petrobrás
Pelo imediato fim dos leilões do petróleo brasileiro

PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO
COMISSÃO POLÍTICA NACIONAL
25 de março de 2009

26/03/2009

Ao 25 de março

Por Otávio Dutra O que seria possível fazer, se a vida tinha deixado poucas opções àqueles que numa pequena casa em Niterói sonhavam a vida de tantos milhões de engraxados e sujos de barro?
Essa pergunta surgiu desde a pioneira gota do suor que escorreu pelas correntes do primeiro povo escravo, negro e índio, e que desviou os senhores do açúcar e das armas para não sujá-los de trabalho.
Impacientes estavam, já que os séculos de injustiça há muito urgiam da cura e não mais suportavam carregar o peso de tanta tortura.
Foi quando surgiu nas longínquas terras eslavas o levante rebelde de um povo armado, que erguia uma bandeira vermelha com o símbolo de seus instrumentos de forçado trabalho.
Se perguntaram os curiosos: quem são os bolcheviques? Tal notícia trouxe mais duradoura esperança que a produzida nos alambiques: se os russos a fizeram também a faremos, assim como todos os povos!
E repetiram pelas ruas e pelas fábricas, para as classes nuas novas táticas: se os russos a fizeram também a faremos, assim como todos os povos!
Eram momentos de agitação na terra do café com leite e os valentes sonhadores não podiam dormir no ponto esperando o bonde da história passar. Os livros pareciam perseguir Astrogildo Pereira, estavam por toda parte. Já chamava Marx de Carlitos, por tanta intimidade conquistada.
Os bolcheviques tornaram-se dos valentes camaradas e Vladimir (ou camarada Vladinho), que alguns conheciam por Lênin, não faltou jamais uma reunião do embrião revolucionário de um povo oprimido: o Partido Comunista Brasileiro.
Desde então, desde aquela casa em Niterói, mais vozes sem sapatos de couro, por todo roubado ouro, se agregaram ao coro:
se os russos a fizeram também a faremos, assim como todos os povos! se os russos ontem a fizeram, hoje nós a faremos, unidos na construção dos valores novos!

24/03/2009

Petroleiros em greve paralisam refinarias e plataformas

Movimento se estende por prédios administrativos
Acompanhe a greve pela Agência Petroleira de Notícias
Com uma pauta de reivindicações baseada na manutenção e ampliação de direitos e na garantia dos postos de trabalho, petroleiros de todo o país entraram em greve nessa segunda, 23 de março. Refinarias, plataformas e áreas de produção estão paralisadas.Motivos para entrar em greve não faltam. Embora o lucro da empresa tenha aumentado, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), direito assegurado para os trabalhadores, foi reduzida, percentualmente, em relação ao ano passado. Já o repasse aos acionistas aumentou. A Petrobras também está se negando a repassar a PLR para várias unidades, como para os trabalhadores da Refap – Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, no Rio Grande do Sul, além da TBG e Petroquisa. A base do Sindipetro-RJ reivindica que a PLR seja paga igualmente, para todos os petroleiros.A pauta inclui, também, a retomada do pagamento de horas extras nos feriados para os que trabalham em turnos, hora-extra curso, ‘periculosidade pra valer’, extensão da licença-maternidade de seis meses a todas as trabalhadoras, pagamento do dia de desembarque, aposentadoria especial, melhores condições de saúde e segurança no trabalho, dentre outras. A manutenção dos postos de trabalho afeta, diretamente, os terceirizados.
A pretexto da crise, muitos trabalhadores já estão sendo dispensados. A greve está sendo convocada pelas duas federações: a FNP, que reúne o Sindipetro-RJ, Sindipetro Litoral Paulista, Sindipetro AL/SE, Sindipetro PA/AM/MA/AP, Sindipetro/RS e Sindipetro/São José dos Campos (Refinaria do Vale do Paraíba); e a FUP, que representa outros 11 sindicatos.Os petroleiros se recusam a aceitar redução de direitos e dos postos de trabalho. Os trabalhadores não pretendem pagar a conta de uma crise produzida pelo capital. No Sindipetro-RJ, os contatos para maiores informações podem ser feitos com os coordenadores Emanuel Cancella (99516616), Eduardo Henrique (97002543) e Roberto Ribeiro (96030601). O telefone do sindicato é (21) 3852-0148.
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Fonte: Agência Petroleira de Notícias, com informações da FUP, Sindipetros Litoral Paulista, SE-AL, São José dos Campos, PA-AM-MA-AP e Rio Grande do Sul.É permitida (e recomendável) a reprodução desta matéria, desde que citada a fonte.
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Quadro nacional da greve dos petroleiros
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A cada hora a greve dos trabalhadores do Sistema Petrobrás ganha mais força. A cada nova assembléia e troca de turno, novas adesões. Acompanhe abaixo o quadro nacional de mobilização:Litoral PaulistaOs trabalhadores cortaram a rendição às 15h30 de domingo (22) com 100% de adesão. A greve segue firme durante o fim da noite de ontem, dia 22, quando o último turno da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), das 23 horas, aderiu ao movimento integralmente. Em São Sebastião, a greve também começou com corte à zero de segunda (23), no Terminal Almirante Barroso (TEBAR) com a adesão de 100% do turno da zero hora.Terminais de Alemôa e Pilões tiveram corte de rendição à zero hora de hoje (23). A paralisação se completa na manhã dessa segunda. Na RPBC, 120 trabalhadores permanecem no local de trabalho, desde às 7 horas de ontem. E foi com esse grupo que a empresa tentou implementar a tática traiçoeira do plano de contingência. Observando o golpe, o Sindipetro-LP impediu a rendição, às 15 horas, e inaugurou a greve unificada no país.A gerência da Petrobrás está segurando o turno que entrou às 7:00h da manhã de domingo (120 trabalhadores) até agora. O sindicato busca alternativas judiciais para liberação desses trabalhadores. Com 120 petroleiros a unidade opera normalmente.
A greve no Litoral Paulista pode ser acompanhada pelo blog opetroleiro.wordpress.com
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Pará
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O Administrativo do Compartilhado entrou em greve, mas como a ampla maioria dos trabalhadores é terceirizada (que não aderiu) fica difícil precisar o grau de adesão à paralisação.A Transpetro Belém aderiu à greve nacional.
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Amazonas
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O Administrativo do Amazonas paralisou massivamente, quase 100%.O campo de produção terrestre de Urucu está com 60% de adesão à greve. A expectativa do diretor de comunicação do Sindipetro PA-AM-MA-AP, Gilmar do Carmo, é de paralisação total.Reman – corte na rendição do turno às 23h de domingo (22). Adesão total dos trabalhadores. Terminal de Solimões – trabalhadores grevistas assumiram o controle da produção.MaranhãoA Transpetro São Luis fez uma paralização pela manhã dessa segunda e, à tarde, realiza assembléia para debater a entrada em greve. Ceará LUBNOR – corte de rendição às 23h de domingo (22).Fazenda Belém cortou rendição à zero hora desta segunda (23).Biodiesel - Quixadá cortou a rendição às 6h de hoje (23).
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Rio Grande do Norte
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Plataformas – trabalhadores controlam 70% da produção.Campos terrestres – trabalhadores aderiram à greve, estão realizando concentrações com participação dos trabalhadores terceirizados.Pólo de Guamaré- os trabalhadores controlam a produção em todas as unidades de processamento de gás e óleo. Apenas uma UPGN está em atividade, com carga mínima. Pernambuco Suape - 100% paralisado, com trabalhadores próprios e terceirizados na greve, desde à zero hora de hoje (23/03). O bombeio de GLP está sob controle dos trabalhadores.Paratibe – boa adesão à greve. Gasoduto está operando com 30% do efetivo mínimo.SergipeSEDE/Rua Acre: a greve começou às 7h de hoje. 60% dos trabalhadores aderiram ao movimento. FAFEN: a paralisação contou a participação de 100% dos trabalhadores de turno, 90% do administrativo. Os trabalhadores terceirizados também pararam.Carmópolis: 70% do efetivo pararam suas atividades aderindo à greve. TECARMO/Atalaia: 100% do turno e 40% do administrativo aderiram à greve. Os terceirizados paralisaram suas ações também.Aracaju – ainda haverá assembléia. Alagoas Pilar: 60% do efetivo aderiram à greve. Furado: 40% do efetivo aderiram à greve.
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Bahia
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Refinaria Landulpho Alves (Rlam) – trabalhadores cortaram o turno às 15h30 de domingo (22). Os petroleiros anteciparam a greve devido ao fato da Petrobrás ter ingressado na refinaria uma equipe de gerentes e supervisores. Adesão à greve dos trabalhadores do administrativo e terceirizados.Fábrica de Fertilizantes (Fafen) – cortou a rendição à zero hora de hoje (23). Três campos pararam a produção, nos municípios de Entre Rios e Esplanada. São os campos de Jandaia, Sertres e Rou. Jandaia é o maior campo de produção do estado.Campos de produção – os trabalhadores também estão participando da greve.Terminal Madre de Deus – cortou a rendição às 15h30 de domingo (22).
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Minas Gerais
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Regap – trabalhadores cortaram a rendição do turno às 23h30 de domingo (22). Espírito Santo PPR-1 e P-34 – trabalhadores assumiram a produção e entregaram as plataformas paradas para as equipes de contingência da Petrobrás, que estão tentando retomar a produção de gás na PPR-1 e de petróleo na P-34, , primeira plataforma da empresa a extrair o óleo da camada de pré-sal. Linhares e São Mateus – corte de rendição previsto para terça (24).Nas plataformas do Espírito Santo, a Petrobrás bloqueou a comunicação dos trabalhadores, cortando telefones e o acesso à internet.Duque de Caxias Reduc – corte de rendição à zero hora. 400 trabalhadores se mobilizaram na frente da refinaria. A greve está crescendo na unidade. Norte FluminenseBacia de Campos – equipes de contingência assumiram o controle das plataformas. Petroleiros estão desembarcando.Terminal de Cabiúnas – trabalhadores assumiram a sala de controle do terminal à meia-noite de domingo (22) para segunda (23) e estabeleceram uma política de corte de produção controlada.A gerência da Petrobrás vem cerceando a comunicação dos embarcados com familiares e o restante do movimento grevista.
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Rio de Janeiro
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Os petroleiros da base do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) também estão mobilizados nesta segunda, realizando concentrações e panfletagens na frente das unidades da Petrobrás. No estratégico Terminal da Baía de Guanabara (TABG), por onde passa grande parte do gás brasileiro, os trabalhadores aderiram à greve com boa participação. Não houve corte de rendição, mas a direção do sindicato está discutindo com os trabalhadores a importância de cortarem a rendição nos turnos. No Cenpes (o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Melo, maior centro de pesquisa do setor petrolífero da América Latina, localizado na Ilha do Fundão), os trabalhadores promoveram um atraso-paralisação de duas horas pela manhã. No Edita, Edise, Transpetro e outras unidades o sindicato também está construindo a mobilização apostando no crescimento do movimento nacional.
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São Paulo
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Recap – corte de rendição às 23h de domingo (22).Replan – corte de rendição a qualquer momento.Terminais de São Caetano, Guarararema e Guarulhos – corte de rendição às 23h de domingo (22). Em Guarulhos, os trabalhadores assumiram a sala de controle hoje pela manhã (23). Terminal de Barueri – corte de rendição às 7h de hoje (23) Edisp – cerca de 25% dos trabalhadores aderiram à greve. Paraná e Santa CatarinaRepar – corte de rendição à zero hora de hoje (23).Six – corte de rendição à zero hora de hoje (23).Terminais - corte de rendição à zero hora de hoje (23).
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Rio Grande do Sul
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Refap – corte de rendição às 8h da manhã desta segunda-feira (23), com mais de 200 trabalhadores participando da assembléia. O objetivo é a partir de agora avançar na mobilização dos terminais de Canoas, Tamandaí e Rio Grande.

23/03/2009

Greve geral paralisa França em defesa de emprego e renda

Trabalhadores dos setores público e privado fazem segunda greve geral em menos de dois meses, em defesa do emprego e do poder de compra da população. Pesquisas indicam apoio massivo da população ao movimento grevista. A novidade é a forte adesão do setor privado, tradicionalmente avesso às greves nacionais convocadas pelos sindicatos. A crise e o desemprego afetaram mais 90 mil franceses só em janeiro - o dobro do mês anterior.
Esquerda.Net
A segunda greve geral em menos de dois meses paralisa a França nesta quinta-feira (19). Os sindicatos reivindicam mais apoio ao emprego e ao poder de compra da população e as pesquisas indicam o apoio massivo do país aos grevistas. As mais de 200 manifestações previstas juntaram milhões de trabalhadores nas ruas, mas o governo avisou que não aumentará o pacote de ajudas às vítimas da crise e do desemprego. No início do dia, as complicações já afetavam o sistema de transportes, obrigando o aeroporto de Orly a anular um terço dos vôos e os ferroviários a anunciarem uma adesão semelhante à da última greve.
Os atrasos e complicações nos transportes estenderam-se às principais cidades.Os trabalhadores da Caterpillar de Grenoble ocuparam a fábrica em protesto contra o anúncio da demissão de 733 trabalhadores e os mil trabalhadores da fábrica Continental em Clairoix, ameaçada de fechamento e que se tornou num dos símbolos da crise, desfilaram em protesto logo pela manhã.A grande mudança em relação a anteriores protestos é o clima de apoio ao movimento que atravessa a sociedade. Numa sondagem publicada pelo jornal Liberation, 62% dos entrevistados (e 42% dos eleitores de Sarkozy) dizem-se "solidários" com a greve. Quando a pergunta é se os motivos justificam a greve, o apoio sobe para 78% (53% dos apoiadores do partido do governo). A crise e o desemprego que afetou mais 90 mil franceses só em janeiro - o dobro do mês anterior - fizeram soar as campainhas de alarme na sociedade francesa. Depois da greve geral de 29 de janeiro, que juntou mais de um milhão nas manifestações de protesto, o governo Sarkozy apresentou um pacote de ajuda de 2,6 bilhões de euros, entre benefícios fiscais e medidas de apoio ao emprego. Mas na véspera do novo protesto, o governo de direita fez questão de dizer que não irá ampliar a ajuda às vítimas da crise. Mas o pacote é insuficiente para estabilizar a economia e o emprego, pelo que os sindicatos insistem em que não devem ser os trabalhadores a pagar a crise.
Nas últimas semanas, a notícia da demissão de 555 trabalhadores da petrolífera Total, pouco depois da empresa ter apresentado lucros de 13,9 bilhões de euros, incendiou ainda mais os ânimos dos franceses e fez aumentar o apoio aos grevistas.O protesto social não é exclusivo dos trabalhadores e mesmo entre estes, a novidade é a forte adesão do setor privado, tradicionalmente avesso às greves nacionais convocadas pelos sindicatos. Desta vez, os trabalhadores do setor automobilístico e de outras grandes empresas privadas vão engrossar ainda mais as manifestações. Também as faculdades francesas estão protestando há meses contra a reforma do ensino superior, com metade das universidades do país em greve nos últimos dias. Os líderes da oposição de esquerda participam da manifestação de Paris, com o PS representado pelo presidente da Câmara, Bertrand Delanoe. Também Olivier Besancenot, do Novo Partido Anticapitalista, desfila junto dos carteiros de Hauts-de-Seine antes de se juntar ao cortejo do partido. A secretária-geral do PCF, Marie-George Buffet, e o líder do Partido de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon, estarão juntos na manifestação, tal como nas próximas eleições européias. A lista Europe-Ecologie, que junta Daniel Cohn-Bendit a José Bové, também integra o protesto desta quinta-feira.
Fonte: Esquerda.Net