28/05/2009

TODO APOIO AOS TRABALHADORES DO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE CAMPINAS


O Partido Comunista Brasileiro (PCB) manifesta seu mais irrestrito apoio à greve dos trabalhadores e trabalhadoras do serviço público municipal de Campinas. As marchas, manifestações e a presença de milhares de servidores municipais nas assembléias, demonstram a força do seu movimento. Uma força que nasce da indignação dos servidores com os salários baixos e as péssimas condições de trabalho. A força da greve dos companheiros e companheiras do serviço público também é uma reação aos efeitos perversos da crise econômica sobre os interesses dos trabalhadores que têm resultado em arrocho salarial, desemprego e retirada de direitos sociais.
O governo Hélio (PDT) entupiu a população de Campinas com uma propaganda que mostrava uma cidade que só existia na fantasia. A realidade, porém, é muito diferente. Os servidores e servidoras municipais, por prestarem um serviço público essencial à população, sabem da situação dramática dos serviços públicos e resistem à política privatista e antipopular perpetrada pelo governo Hélio. A imprensa local, como é o caso do Correio Popular, está em plena campanha contra o movimento grevista, alegando que os serviços essenciais não podem parar. Esquecem, contudo, de dizer que o que impede o acesso universal da população a um serviço público de qualidade é a política privatista e de sucateamento dos serviços públicos implementada pelos governos neoliberais nos últimos anos.
Hélio governa Campinas para atender os interesses do grande capital. Seguindo à risca a cartilha neoliberal, Hélio privatiza e terceiriza os serviços públicos. Grandes obras construídas com dinheiro dos contribuintes têm suas administrações entregues para empresas privadas como é o caso do Hospital Ouro Verde. Hélio quer fazer o mesmo com as Naves Mães, entregando sua gestão para fundações privadas. Hélio fez aprovar na Câmara de Vereadores um projeto de Parceria Público-Privada (PPP), que entrega de graça o patrimônio público municipal para empresas privadas. Tudo isso contribui para precarizar os serviços públicos, para rebaixar os salários dos servidores municipais e encher os bolsos dos donos do capital.
Por esse motivo, a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do serviço público municipal de Campinas é mais do que uma luta por salários. Trata-se de uma luta contra a privatização e o sucateamento do serviço público, uma luta pelo resgate da dignidade do servidor público e pela defesa de um serviço público de qualidade e de acesso universal para todos.
Viva os trabalhadores do serviço público municipal de Campinas!!!
Viva a Greve!!!
Nenhum direito a menos avançar nas conquistas!!!
Campinas, maio de 2009.
Partido Comunista Brasileiro de Campinas e região.

27/05/2009

Vida Bandoneón: Uruguai se despede de Mario Benedetti

Escritor uruguaio dos mais reconhecidos na América Latina, Benedetti morreu no domingo último em sua casa, aos 88 anos, após uma carreira literária de seis décadas. Benedetti tinha sido internado num hospital particular no final de abril, depois de diagnosticada uma doença intestinal crônica, e os médicos lhe deram alta no início de maio. "Aparentemente ele estava melhorando; os médicos diziam que estava se recuperando. Por isso, sua morte nos pegou de surpresa", comentou seu irmão Raúl aos canais de TV uruguaios.
A morte de Benedetti reuniu milhares de uruguaios para se despedirem ontem (20) do escritor. Os restos mortais de Benedetti foram conduzidos por trabalhadores e estudantes até o Panteão Nacional do Cemitério Central de Montevidéu, em meio a um eloqüente silêncio somente interrompido por respeitosos aplausos quando o caixão chegou ao destino. "Hoje enterramos um homem que acreditava na esperança de que as coisas, essas que todos sabemos importantes — amor, justiça, solidariedade, honestidade, rigor, entrega de vida — podem ser atingidas", disse na ocasião Hugo Achugar, diretor de Cultura do governo uruguaio.
O cantor e compositor e amigo íntimo de Benedetti, Daniel Viglietti lembrou que "estamos todos consternados, como escrevia ele quando morreu o Che, mas sua caneta nos deixa a alma cheia de versos simples, simples na altura, como aqueles versos do cubano José Martí que ele tanto admirava". Ainda no domingo, após a notícia do falecimento, familiares e amigos começaram a chegar à casa do poeta, no centro da capital uruguaia, cidade que Benedetti sempre mencionava em seus escritos. Benedetti nasceu em 14 de setembro de 1930 no departamento de Tacuarembó, no norte do Uruguai, exilou-se durante a ditadura que desgovernou o país de 1973 a 1985, vivendo em Madri por boa parte desse período. Vários de seus poemas, escritos durante a ditadura e nos últimos anos, foram dedicados a vítimas da repressão militar, como o senador de esquerda e amigo íntimo Zelmar Michelini, seqüestrado e morto em Buenos Aires em 1976. Benedetti ficou famoso em 1956 com a publicação de "Poemas de la Oficina", sobre a rotina do trabalho.
Fonte: Carta Maior