22/07/2010

Morre Luís Corvalán, histórico líder do PC do Chile

O ex-senador Luis Corvalán Lepe, líder histórico do Partido Comunista (PC) chileno, morreu nesta manhã em Santiago. Aos 94 anos, ele esteve internado em uma clínica da capital por problemas nos brônquios, mas ainda se desconhece a causa exata de seu falecimento. Um comunicado do PC divulgado à imprensa manifestou "profunda dor" pela morte de seu militante.
Professor e jornalista, Corvalán foi secretário-geral do Partido Comunista entre 1958 e 1989 e viveu por dois períodos na clandestinidade -- durante o governo de Gabriel González Videla (1946-1952) e a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Na época do governo de Videla foi levado aos campos de concentração de Pitrufquén e Pisagua. Após o golpe militar de 1973, Corvalán foi preso e enviado à ilha Dawson, no estreito de Magalhães, junto a dirigentes políticos e membros do governo de Salvador Allende (1970-1973). Durante sua permanência na ilha recebeu o prêmio Lênin de la Paz. O comunista também sofreu cativeiro nos centros de tortura de Ritoque e Três Alamos.
Após uma negociação inédita entre o governo da União Soviética e de Pinochet, Corvalán foi trocado em Zurique, na Suíça, pelo dissidente Vladimir Bukovsky em 16 de dezembro de 1976. O chileno regressou a seu país em 1988, quando chegava ao fim a ditadura militar, e participou do processo de redemocratização do país. Corvalán faleceu enquanto trabalhava na redação de um livro sobre a história do Partido Comunista Chileno e sua contribuição ao processo político do país.

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