13.Ago.10
Embora datada do passado dia 5 de Agosto, esta declaração conjunta dos Partidos Comunistas da Venezuela e da Colômbia mantém todo o interesse.
Dirigentes do Partido Comunista Colombiano (PCC) e do Partido Comunista da Venezulea (PCV) se reuniram em Caracas e aprovaram um apelo a nossos povos pela unidade e a se manifestarem massivamente pela paz.
O PCC e o PCV tornaram pública uma declaração conjunta em que analisam a situação provocada pelo governo colombiano e chamam a ambos os povos a «levantar com força as bandeiras da unidade e a se manifestarem massivamente pela paz».
A declaração foi feita pelos dirigentes comunistas Nelson Fajardo, membro do Comitê Executivo Nacional do Partido Comunista Colombiano (PCC) e Carolus Wimmer [ambos na foto], membro do Burô Político do Partido Comunista da Venezuela (PCV).
Texto integral da Declaração:
Os povos da Venezuela e da Colômbia têm a uma história e origens comuns ancestrais, que funde suas raízes na existência de seus primeiros habitantes, iniciadores da luta contra os colonizadores europeus e culminada com êxito nas gestas protagonizadas sob a direção do Libertador Simón Bolívar, cujo sonho de ver toda a América Latina Unida e Caribe unidos se expressa no Congresso Anfictiônico do Panamá, frustrado pela intromissão e intrigas do governo dos EUA. Essa gesta libertária ressurge hoje com força e se expressa na unidade progressista econômica, política e de solidariedade internacionalista, que vai abrindo caminhos de cooperação, de amizade e de paz.
A América Latina vive, em consequência, um momento de mudanças democráticas e progressistas, ao mesmo tempo de duras confrontações diante das ambições do imperialismo, especialmente o norte-americano, para manter o controle hegemônico, econômico, político, militar e obter o controle total sobre os recursos naturais da região, em benefício de suas empresas transnacionais.
Protagonistas principais dessas mudanças têm sido as lutas e mobilizações políticas, operárias, camponesas, indígenas, estudantis, de intelectuais, populares e sociais, sem as quais não se poderia compreender o êxito da democracia e da esquerda, expressadas na gama de governos democráticos, progressistas e de diversa tintura, cada um com suas próprias particularidades.
O regime político colombiano se transformou em ator principal da contra-ofensiva da direita na América Latina. Os interesses do grande capital monopolista transnacional, desenvolve a lógica do chamado capitalismo criminoso, tendência que no caso colombiano se relaciona com o negócio transnacional da cacaína e outros elementos que, por sua vez, alimenta o atual ciclo de violência, articulando formas legais e ilegais de acumulação e como paliativo de parte da crise econômica mundial.
Sob a política da guerra antiterrorista, guerra preventiva, cooperação antiterrorista, o regime da direita colombiana tenta justificar um tipo de relações interestatais que faça o jogo da política expansionsita de Washington, de desestabilizar e derrubar os governos que não são de seu agrado.
O regime político de direita na Colômbia nega a existência de uma guerra civil que tem se prolongado ao longo de mais de sessenta anos, apresentando-a com uma simples “ameça terrorista”. Sob os dois governos de Álvaro Uribe Vélez, a guerra contra-guerrilheira têm se caracterizado por uma crescente linha de submissão aos ditames de Washington e por uma frontal hostilidade contra os processos democráticos nos países vizinhos, nos quais interveio violando o direito internacional, a soberania dos dos Estados e povos e seu direito à autodeterminação.
Em meio às celebrações comemorativas do começo dos processos de independência anticolonialista de há 200 anos, o imperialismo criou pontos críticos de confrontação contra os processos de mudança em curso. De fato reativou a IV Frota Naval a partir de 2008; em fins de 2009 subscreveu com o governo colombiano o tratado para a utilização de 7 (sete) bases militares em território deste país; reinstalou bases militares no Panamá e transformou o território da Costa Rica em uma enorme plataforma para a manutenção da segunda maior base naval do mundo, tudo isso justificado com a desmoralizada “luta contra o narcotráfico e o terrorismo”.
Na Venezuela tem lugar um processo de mudanças revolucionárias políticas, econômicas e sociais que se orientam para a libertação nacional e a criação das condições necessárias para avançar rumo à constituição de um Estado popular, democrático e antiimperialista que, por sua vez, possa abrir caminho para o socialismo.
As relações de amizade, cooperação, respeito mútuo e de paz no quadro da integração e unidade latino-americana exigem hoje um processo de solução política, pacífica e pela via do diálogo e dos acordos para o prolongado conflito armado na Colômbia. Uma condição geral insubstituível é a não intervenção nem a ocupação militar de qualquer país pelas tropas de outro. A Corte Constitucional colombiana discute a inconstitucionalidade do tratado com os Estados Unidos para a utilização de 7 bases militares e se posicionará a respeito. Da mesma forma, deve cessar o Plano Colômbia como pretexto de projetos antinarcóticos.
Exigimos o reestabelecimento das normas da coexistência em paz entre países que desenvolvam projetos sócio-políticos diferentes. As diferenças ideológicas e políticas não implicam a exclusão do respeito mútuo, da cooperação e da obrigação de resolver por vias negociadas todo tipo de conflito entre nações, fazendo-o no âmbito de instituições latino-americanas, outorgando um papel protagônico à UNASUR.
Um conflito entre países irmãos só interessa ao imperialismo norte-americano, especialmente ao complexo militar-industrial e à extrema direita de nossos países. O reatamento pleno das relações entre Colômbia e Venezuela é uma necessidade dos processos integração latino-americano e uma contribuição à justiça social dos povos.
A defesa da paz, da unidade e da soberania dos países de nossa região é decisiva para desenvolver e aprofundar os processos de democracia, justiça social e independência da América Latina e Caribe.
Baseados nisso, chamamos nossos povos a levantar com força as bandeiras da unidade, a se manifestarem massivamente pela paz entre nossos povos e governos, na luta pela integração latino-americana e caribenha, pela soberania nacional e pela democracia plena.
DETENHAMOS A AMEAÇA DE GUERRA!
VIVA A AMIZADE E INTEGRAÇÃO ENTRE OS POVOS DA COLÔMBIA E VENEZUELA!
PARTIDO COMUNISTA COLOMBIANOPARTIDO COMUNISTA DA VENEZUELA
Caracas, 05 de Agosto de 2010
Dirigentes do Partido Comunista Colombiano (PCC) e do Partido Comunista da Venezulea (PCV) se reuniram em Caracas e aprovaram um apelo a nossos povos pela unidade e a se manifestarem massivamente pela paz.
O PCC e o PCV tornaram pública uma declaração conjunta em que analisam a situação provocada pelo governo colombiano e chamam a ambos os povos a «levantar com força as bandeiras da unidade e a se manifestarem massivamente pela paz».
A declaração foi feita pelos dirigentes comunistas Nelson Fajardo, membro do Comitê Executivo Nacional do Partido Comunista Colombiano (PCC) e Carolus Wimmer [ambos na foto], membro do Burô Político do Partido Comunista da Venezuela (PCV).
Texto integral da Declaração:
Os povos da Venezuela e da Colômbia têm a uma história e origens comuns ancestrais, que funde suas raízes na existência de seus primeiros habitantes, iniciadores da luta contra os colonizadores europeus e culminada com êxito nas gestas protagonizadas sob a direção do Libertador Simón Bolívar, cujo sonho de ver toda a América Latina Unida e Caribe unidos se expressa no Congresso Anfictiônico do Panamá, frustrado pela intromissão e intrigas do governo dos EUA. Essa gesta libertária ressurge hoje com força e se expressa na unidade progressista econômica, política e de solidariedade internacionalista, que vai abrindo caminhos de cooperação, de amizade e de paz.
A América Latina vive, em consequência, um momento de mudanças democráticas e progressistas, ao mesmo tempo de duras confrontações diante das ambições do imperialismo, especialmente o norte-americano, para manter o controle hegemônico, econômico, político, militar e obter o controle total sobre os recursos naturais da região, em benefício de suas empresas transnacionais.
Protagonistas principais dessas mudanças têm sido as lutas e mobilizações políticas, operárias, camponesas, indígenas, estudantis, de intelectuais, populares e sociais, sem as quais não se poderia compreender o êxito da democracia e da esquerda, expressadas na gama de governos democráticos, progressistas e de diversa tintura, cada um com suas próprias particularidades.
O regime político colombiano se transformou em ator principal da contra-ofensiva da direita na América Latina. Os interesses do grande capital monopolista transnacional, desenvolve a lógica do chamado capitalismo criminoso, tendência que no caso colombiano se relaciona com o negócio transnacional da cacaína e outros elementos que, por sua vez, alimenta o atual ciclo de violência, articulando formas legais e ilegais de acumulação e como paliativo de parte da crise econômica mundial.
Sob a política da guerra antiterrorista, guerra preventiva, cooperação antiterrorista, o regime da direita colombiana tenta justificar um tipo de relações interestatais que faça o jogo da política expansionsita de Washington, de desestabilizar e derrubar os governos que não são de seu agrado.
O regime político de direita na Colômbia nega a existência de uma guerra civil que tem se prolongado ao longo de mais de sessenta anos, apresentando-a com uma simples “ameça terrorista”. Sob os dois governos de Álvaro Uribe Vélez, a guerra contra-guerrilheira têm se caracterizado por uma crescente linha de submissão aos ditames de Washington e por uma frontal hostilidade contra os processos democráticos nos países vizinhos, nos quais interveio violando o direito internacional, a soberania dos dos Estados e povos e seu direito à autodeterminação.
Em meio às celebrações comemorativas do começo dos processos de independência anticolonialista de há 200 anos, o imperialismo criou pontos críticos de confrontação contra os processos de mudança em curso. De fato reativou a IV Frota Naval a partir de 2008; em fins de 2009 subscreveu com o governo colombiano o tratado para a utilização de 7 (sete) bases militares em território deste país; reinstalou bases militares no Panamá e transformou o território da Costa Rica em uma enorme plataforma para a manutenção da segunda maior base naval do mundo, tudo isso justificado com a desmoralizada “luta contra o narcotráfico e o terrorismo”.
Na Venezuela tem lugar um processo de mudanças revolucionárias políticas, econômicas e sociais que se orientam para a libertação nacional e a criação das condições necessárias para avançar rumo à constituição de um Estado popular, democrático e antiimperialista que, por sua vez, possa abrir caminho para o socialismo.
As relações de amizade, cooperação, respeito mútuo e de paz no quadro da integração e unidade latino-americana exigem hoje um processo de solução política, pacífica e pela via do diálogo e dos acordos para o prolongado conflito armado na Colômbia. Uma condição geral insubstituível é a não intervenção nem a ocupação militar de qualquer país pelas tropas de outro. A Corte Constitucional colombiana discute a inconstitucionalidade do tratado com os Estados Unidos para a utilização de 7 bases militares e se posicionará a respeito. Da mesma forma, deve cessar o Plano Colômbia como pretexto de projetos antinarcóticos.
Exigimos o reestabelecimento das normas da coexistência em paz entre países que desenvolvam projetos sócio-políticos diferentes. As diferenças ideológicas e políticas não implicam a exclusão do respeito mútuo, da cooperação e da obrigação de resolver por vias negociadas todo tipo de conflito entre nações, fazendo-o no âmbito de instituições latino-americanas, outorgando um papel protagônico à UNASUR.
Um conflito entre países irmãos só interessa ao imperialismo norte-americano, especialmente ao complexo militar-industrial e à extrema direita de nossos países. O reatamento pleno das relações entre Colômbia e Venezuela é uma necessidade dos processos integração latino-americano e uma contribuição à justiça social dos povos.
A defesa da paz, da unidade e da soberania dos países de nossa região é decisiva para desenvolver e aprofundar os processos de democracia, justiça social e independência da América Latina e Caribe.
Baseados nisso, chamamos nossos povos a levantar com força as bandeiras da unidade, a se manifestarem massivamente pela paz entre nossos povos e governos, na luta pela integração latino-americana e caribenha, pela soberania nacional e pela democracia plena.
DETENHAMOS A AMEAÇA DE GUERRA!
VIVA A AMIZADE E INTEGRAÇÃO ENTRE OS POVOS DA COLÔMBIA E VENEZUELA!
PARTIDO COMUNISTA COLOMBIANOPARTIDO COMUNISTA DA VENEZUELA
Caracas, 05 de Agosto de 2010
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