11/12/2008

PERU: ESTRATÉGIA FASCISTA CONTRA DIRIGENTES POLÍTICOS E SOCIAIS

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Todos já sabem da corrupção do governo ultraliberal de Alan García, enfrentada por diversas lutas, enérgicas e combativas, como a Paralisação Nacional em nove de julho, as lutas em Moquegua, Tacna e Madre de Dios, e a luta pela reconstrução do departamento de Ica. Derrotado em sua intenção de privatizar terras, bosques e água das regiões da selva e das comunidades nativas, e diante da incapacidade de atender às demandas do povo, o governo de Alan García pôs em andamento um plano sinistro de caráter repressivo através da Direção Nacional contra o Terrorismo, obrigando o comparecimento (por bem ou por mal) de Ollanta Humala a suas dependências, e expedindo ordens de detenção para Renán Raffo Muñoz, dirigente nacional do Partido Comunista Peruano, Alberto Moreno, Secretário Geral do Partido Comunista do Peru Pátria Vermelha, Olmedo Auris, vice-presidente da CGTP, Luis Benites, dirigente nacional do Partido Povo Unido/UDP, Carlos Benavides, Jorge Jaime Cárdenas, Julio Céspedes, Yen Campos, Luis Marquina, Roger Tabeada e Felicita Cueva, todos eles dirigentes políticos e sociais de oposição ao regime.

Tudo isso se deu enquanto o primeiro ministro, Simón, estava em visita às organizações políticas e sindicais, confundindo o povo, e enquanto o presidente García recebia os representantes do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, oferecendo-lhes um Tratado de Livre Comércio e o nosso patrimônio com maior liberdade de mercado, frente aos governantes responsáveis pela crise financeira e econômica, que endurecem suas políticas protecionistas a favor das empresas transnacionais.

Alan García, para manter seu governo a serviço dos ricos e dos corruptos, aplica uma estratégia fascista contra a oposição, assassinando dirigentes mineiros e camponeses, detendo e perseguindo centenas de lutadores sociais como Héctor Mamio, em Madre de Dios, Efraín Yepes em Cuzco, Roque Gonzales, e dirigentes regionais em Tacna, Moquegua, Valle Apurímac e Ene.
Há uma campanha de divisão dos sindicatos e a satanização de seus dirigentes, como Mario Huamán, Secretário Geral da CGTP e líder da Coordenadora Político Social. Este plano tem o objetivo de destruir e desacreditar a esquerda e a oposição social. Junto a esta campanha macartista, García e Simón enviaram o Projeto de Lei Fascista, ao estilo das piores ditaduras em nosso país, visando eliminar as fundações, os grupamentos políticos, empresariais, ONGs e meios de comunicação suspeitos de atentar contra "a ordem pública, os bons costumes e a segurança do Estado".

O Partido Comunista Peruano condena o governo de Alan García por sua política de criminalização, de assassinatos e perseguição dos dirigentes de esquerda, nacionalistas e de oposição, e exigimos o fim desta política e o respeito ao Estado de Direito, aos direitos civis e trabalhistas.

Expressamos nosso total respaldo e solidariedade aos companheiros que são vítimas da ação repressiva do governo. Não nos deterão em nossa sede de justiça, de soberania nacional e de construir uma alternativa Democrática, Patriótica e Nacionalista com Igualdade e Justiça Social ao serviço das grandes maiorias.

Chamamos todas as forças sociais do mundo a solidarizar-se com nossos companheiros vítimas da repressão, assim como chamamos o povo peruano a mobilizar-se e a se pronunciar repudiando a corrupção e o ultraliberalismo de García, que descarregará a crise sobre as costas do povo peruano.
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VIVA A UNIDADE E AS LUTAS DO POVO!
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ABAIXO A REPRESSÃO!
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Lima, novembro de 2008
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ROBERTO DE LA CRUZ HUAMAN, SECRETÁRIO GERAL PCP
(tradução: Rodrigo Fonseca)

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