14/10/2008

Jornalista apresenta provas da tentativa de intervenção dos EUA na Bolívia

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O repórter estadunidense denunciou que, desde o início dos anos 90, o governo de seu país tem visto o outrora dirigente cocalero “como uma ameaça para os planos dos Estados Unidos no hemisfério”.
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O jornalista estadunidense Jeremy Bigwood apresentou, neste sábado (11), uma série de provas e documentos que demonstram que o governo dos Estados Unidos interveio em diversas ocasiões na Bolívia com clara intenção de desestabilizar ao governo do presidente Evo Morales Ayma.

Através de seu Departamento de Estado, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, sigla em inglês) e o Fundo Nacional para a Democracia (NED), o governo estadunidense tentou desestabilizar e tirar Morales do cenário político.

Durante uma coletiva de imprensa, Bigwood apresentou seis documentos obtidos mediante a Lei para a Liberdade de Informação de seu país, que demonstram o intervencionismo de Washington na Bolívia por intermédio da Usaid, NED e do Departamento de Estado.

O jornalista denunciou que desde o início dos anos 90, o governo de seu país tem visto o outrora dirigente cocalero “como uma ameaça para os planos dos Estados Unidos no hemisfério”.

O primeiro documento apresentado é uma carta da embaixada dos Estados Unidos, datada de 25 de novembro de 2001, dirigida ao então presidente da Bolívia, Jorge Quiroga Ramírez, agora líder da principal força opositora Poder Democrático e Social (Podemos). Nesta, o governo dos Estados Unidos assinala que “Quiroga Ramírez não se moveu o suficiente contra Evo Morales”, então dirigente das seis federações do trópico de Cochabamba.

Outro documento mostra somas econômicas que, em 2004, o Fundo Nacional para a Democracia (NED) destinou à Câmara da Indústria, Comércio, Serviços e Turismo de Santa Cruz (Cainco).

Com esses recursos, de 128 mil dólares, Cainco realizou distintos seminários para, segundo Bigwood, desenvolver uma campanha de defesa da população para conseguir um respaldo social.

“Isto mostra que os fundos dos Estados Unidos estão destinados para afetar diretamente a Bolívia, a sua opinião pública e a sua legislação interna”, afirmou Bigwood.

Mais adiante – continuou – em 2006, o NED e a Usaid promoveram diferentes fóruns sobre o tema da autonomia e descentralização, principalmente em Santa Cruz, departamento em que mais promove a divisão e o separatismo, acompanhados por Beni, Tarija e até a pouco tempo Pando, formando o que se conhece como meia lua.

“Esta é evidência clara de que o governo dos Estados Unidos através de várias de suas entidades – e em especial Usaid – têm e continuam conspirando contra o governo legal da Bolívia”, afirmou Bigwood.

Bigwood é fotógrafo e repórter investigativo. Trabalhou nas publicações Times, Newsweek e News e no Wolrd Report.

A documentação foi obtida com o apoio de oficiais do exército estadunidense “que estão em desacordo com a política do sul do país contra a Bolívia”, afirma Bigwood.
Fonte: Brasil de Fato

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