13/08/2008

Geórgia: Declaração oficial do Governo de Cuba

por Raúl Castro Ruz

Cuba defende a paz como requisito indispensável para o desenvolvimento de todos os povos do mundo.

Durante mais de meio século nosso povo foi vítima das agressões dos governos dos Estados Unidos que o obrigaram a investir incontáveis recursos e energia. Foi firme e tenaz na defesa da soberania do país e apoia os esforços da ONU e sua luta pela paz.

Uma parte do nosso território está ocupada pela força há mais de 100 anos e Cuba nunca tentou nem tentará usar a violência para recuperá-la. Sua política externa é conhecida e reconhecida pela comunidade internacional.

Surge neste instante uma crise que inquieta os povos, originada pelas notícias dos combates que explodiram no Cáucaso, na fronteira ao Sul da Rússia.

Ao desintegrar-se a URSS, a Ossétia do Sul, anexada pela força à Geórgia, com a qual não compartilhava nem nacionalidade nem cultura, conservou a sua condição de república autónoma com suas autoridades locais e sua capital Tsjinvali. Ao amanhecer de 8 de Agosto, a Geórgia, em cumplicidade com o governo dos Estados Unidos, lançou suas forças contra a Ossétia do Sul tentando ocupar a capital, o que anunciou publicamente no mesmo dia em que se inauguravam os Jogos Olímpicos em Pequim.

É falso que a Geórgia esteja a defender a soberania nacional.

As tropas russas estavam legalmente na Ossétia do Sul como força destinada a garantir a paz como sabe a opinião pública internacional; não cometeram nenhuma ilegalidade.

A solicitação de uma retirada prévia dos invasores é justa e nosso governo a apoia.

Cuba, ameaçada pelas forças dos Estados Unidos, não pode, como uma questão de princípios, aceitar um cessar fogo sem a retirada dos invasores. Se fosse atacada por forças estrangeiras jamais admitiria tal tipo de cessar fogo.

Raúl Castro Ruz
Presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros

Havana, 10 de Agosto de 2008

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