17/04/2008

CAMPINAS QUE TEMOS E CAMPINAS QUE QUEREMOS

Por Higor Oliveira

Passados quatro anos desde nossa última eleição municipal, é chegado o momento de uma revisão acerca da cidade que temos comparativamente a que queremos e a que tínhamos há quatro anos. Cabe analisarmos as políticas públicas implementadas pelo governo municipal, as transformações urbanas percebidas, as obras públicas, as mudanças nos marcos legais de zoneamento urbano etc. Mas acima de tudo, cabe pensarmos no que está por trás de tudo o que vemos de mudanças e não mudanças em nossa querida cidade.
Para cada decisão tomada pelo poder público municipal e pelos representantes do povo na Câmara de Vereadores, desde as mais singelas até as mais importantes, há um conjunto de opções políticas e objetivos econômicos e sociais envolvidos.
Os últimos quatro anos de governo municipal e atividade legislativa em Campinas não nos apresentam simplesmente um quadro de incompetência administrativa, nem tão somente insuficiência técnica das pessoas envolvidas na gestão da cidade, expõem mais do que nunca a opção política pela subserviência aos interesses do capital, à vinculação política e ideológica ao neoliberalismo e as conseqüências administrativas, sociais e econômicas das medidas tomadas e das omissões conscientes que ajudaram a construir a cidade que temos hoje.
O enxugamento da máquina pública e a retirada gradual da interferência governamental na vida urbana tem gerado efeitos muito danosos à população, seja na precariedade dos serviços públicos prestados, seja na insegurança gerada pelo abandono e pela desigualdade social.
Educação, cultura e transportes são três áreas nas quais as opções políticas do governo municipal têm se apresentado de forma extremamente agressiva, isso para não falarmos em infra-estrutura, saúde, segurança, habitação etc.
A insuficiência de vagas nas escolas pública municipais bem como sua péssima qualidade de ensino e precária infra-estrutura, o abandono das políticas públicas em cultura, a ausência de um secretário de cultura especializado para garantir a qualidade das pouca ações promovidas pelo governo, a violência, a ineficiência do sistema de transporte coletivo, dentre outros problemas, são exemplos de que Campinas vem se transformando numa cidade de shoppings, hipermercados, carros, condomínios de luxo e negócios, em detrimento da convivência no espaço público, do uso universal dos serviços públicos e do exercício da cidadania.
São claras as opções político-ideológicas do atual governo municipal, que se alia às camadas mais altas da sociedade e privilegia inescrupulosamente os interesses do capital. Não obstante suas opções, o atual governo faz-se passar por “centro-esquerda”, por “aliado da classe trabalhadora” e vai se apresentar no próximo pleito municipal, junto de PT e PCoB como uma “alternativa” ao conservadorismo de PSDB-DEM.
Nós do PCB em aliança com PSTU e PSOL sabemos que o atual governo não representa os interesses da classe trabalhadora e tampouco uma alternativa ao conservadorismo das velhas oligarquias, por isso, vamos apresentar nas eleições municipais uma aliança denominada Frente de Esquerda, para denunciar a farsa do governo Hélio e propor outro caminho para Campinas.

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