07.Mai.10
Aos Partidos Comunistas e Operários
O capital e os governos que o representam levaram a cabo em todo o espaço do continente europeu, uma nova ofensiva, em plena crise económica capitalista. A redução substancial nos salários e nas reformas, a implementação de novos impostos, o desmantelamento gradual dos diferentes sistemas de segurança social, e os ataques sistemáticos contra o Código do Trabalho, encontram-se na vanguarda desta ofensiva comum. Estas medidas foram tomadas com a crise como pretexto e não se trata de decisões cujos efeitos irão ser temporários, mas sim permanentes pois foram encomendadas há muitos anos atrás, apoiando-se nos tratados da União Europeia, sendo o primeiros dos quais a inspirar tais políticas o Tratado de Maastricht, e até, posteriormente, à mais recente Estratégia de Lisboa.
Com estes condicionalismos, há diversas forças que optaram por uma solução de compromisso contra o mundo do trabalho ou seja parte do movimento sindical que defende junto dos trabalhadores a concertação social e a colaboração eivada do seu espírito de classe, encenando hipocritamente a oposição a todos estes ataques e o aparente combate às medidas daí resultantes. Essas forças são a CES e a CSI, assim como as confederações que optam pelo tal compromisso e que são a GSEE, ou seja a Confederação dos Trabalhadores do sector privado na Grécia e a ADEDY, a Confederação dos Trabalhadores do sector público, que participaram todos e oficialmente nas conversações com a União Europeia e com as outras organizações imperialistas e ao longo de décadas, traduzindo-se essa proximidade em colaborações e decisões tomadas ao lado dos grandes monopólios e para se ir aferindo em conjunto, a melhor forma de se aplicar estas medidas anti-populares em cada um dos países visados. Para se transformar esses esforços em letra de lei, inúmeras fundações, como por exemplo a Fundação Ebert social-democrata, contribuíram com o financiamento necessário, actuando igualmente através de tentativas de coacção dos sindicatos, procurando-se desse modo obter um consenso geral.
Todas estas partes interessadas puseram-se do lado da plutocracia europeia, deixando todo este poder fazer tudo o que era possível para desmontar o movimento social e para atacar os direitos dos trabalhadores. Ao longo de anos a fio, assinaram com os capitalistas acordos cujas consequências foram a redução dos salários e das reformas, a eliminação de programas sociais, e a concessão de inúmeras facilidades fiscais para o patronato. Semearam ilusões deixando o povo acreditar que um capitalismo de rosto humano pudesse ser possível, que a economia de mercado conseguisse ser regulada e controlada, e que seria eficaz um combate à especulação, que por sua vez, consiste numa questão imanente e a regra do jogo seguida neste sistema político de exploração. Propuseram reivindicações que favorecem os interesses do patronato e a sua obsessão pela maximização dos lucros, enquanto que ao mesmo tempo, reforçavam amplamente uma frente de batalha que prometia uma ainda melhor optimização dos lucros obtidos pelo capital ou seja, apostando na oposição de fachada. As forças reformistas e oportunistas, as forças do sindicalismo amarelo, apoiadas pela CSI, consideram que as mobilizações de inúmeros participantes para as manifestações de 24 de Março, e que se encontram em perfeita sintonia com os objectivos do capital europeu, não passam de mais uma “etapa”.
No entanto, não se trata aqui tão somente da constatação do facto de essas forças serem incapazes de organizar a luta dos trabalhadores. Essas forças procuram, igualmente, deixar transparecer a ideia de identificação social entre alguns trabalhadores com as classes sociais dominantes, ou então desorientando-os, até se colocarem numa posição antagónica aos interesses do povo. Na realidade encontram-se no outro lado da barricada. Este posicionamento político tem de ser desmascarado, mesmo se estes fariseus alardearem intenções hipócritas, sob a pressão das posições políticas dos interesses de classe e dos trabalhadores que desse modo irão acabar sempre por inspirar a desilusão e a desmobilização das forças operárias e populares.
A própria experiência do KKE na sua luta pela Grécia comprova que a emancipação e a união entre os operários, torna necessário a afirmação do combate contra os representantes do capital, e que é muito melhor escutada através do movimento sindical. Os trabalhadores devem reforçar aqueles que lutam pela sua classe social, e fortalecer a sua organização nos locais de trabalho, ao mesmo tempo que a batalha contra a plutocracia e as medidas anti-populares forem decorrendo. O movimento popular nada deverá esperar de positivo da parte da CES ou da CSI. Têm estado ao serviço do capital e certamente, continuarão a agir desse modo no futuro. As suas iniciativas e as suas mobilizações têm o objectivo de alcançar o controle total da resposta dos trabalhadores , manipulando-os para que desse modo o consequente aprofundar da luta de classes, nunca seja correctamente interpretado pelo povo.
A necessidade da definição de uma estratégia unida das diferentes forças intervenientes devidamente articuladas e com a mesma posição de classe, e a sua coordenação no plano internacional mediante a Federação Sindical Mundial (FSM), está a ser muito debatida actualmente. O conflito existente entre as forças que têm uma leitura de luta de classes e as diversas forças do consenso da concertação social e do reformismo, impõem esta urgência. Este conflito acabará por reforçar de forma decisiva a FSM, e poderá ajudar à emancipação das forças que defendem o povo.
A experiência adquirida demonstra a necessidade de coordenação das acções de massas, nos locais de trabalho, assim como nos bairros populares, para contribuir com uma resposta consciente ao ataque coordenado pelo capital europeu e do governo pequeno burguês. Os trabalhadores são aqueles que produzem a riqueza e deveriam reivindicar por isso mesmo o seu retorno.
Aos Partidos Comunistas e Operários
O capital e os governos que o representam levaram a cabo em todo o espaço do continente europeu, uma nova ofensiva, em plena crise económica capitalista. A redução substancial nos salários e nas reformas, a implementação de novos impostos, o desmantelamento gradual dos diferentes sistemas de segurança social, e os ataques sistemáticos contra o Código do Trabalho, encontram-se na vanguarda desta ofensiva comum. Estas medidas foram tomadas com a crise como pretexto e não se trata de decisões cujos efeitos irão ser temporários, mas sim permanentes pois foram encomendadas há muitos anos atrás, apoiando-se nos tratados da União Europeia, sendo o primeiros dos quais a inspirar tais políticas o Tratado de Maastricht, e até, posteriormente, à mais recente Estratégia de Lisboa.
Com estes condicionalismos, há diversas forças que optaram por uma solução de compromisso contra o mundo do trabalho ou seja parte do movimento sindical que defende junto dos trabalhadores a concertação social e a colaboração eivada do seu espírito de classe, encenando hipocritamente a oposição a todos estes ataques e o aparente combate às medidas daí resultantes. Essas forças são a CES e a CSI, assim como as confederações que optam pelo tal compromisso e que são a GSEE, ou seja a Confederação dos Trabalhadores do sector privado na Grécia e a ADEDY, a Confederação dos Trabalhadores do sector público, que participaram todos e oficialmente nas conversações com a União Europeia e com as outras organizações imperialistas e ao longo de décadas, traduzindo-se essa proximidade em colaborações e decisões tomadas ao lado dos grandes monopólios e para se ir aferindo em conjunto, a melhor forma de se aplicar estas medidas anti-populares em cada um dos países visados. Para se transformar esses esforços em letra de lei, inúmeras fundações, como por exemplo a Fundação Ebert social-democrata, contribuíram com o financiamento necessário, actuando igualmente através de tentativas de coacção dos sindicatos, procurando-se desse modo obter um consenso geral.
Todas estas partes interessadas puseram-se do lado da plutocracia europeia, deixando todo este poder fazer tudo o que era possível para desmontar o movimento social e para atacar os direitos dos trabalhadores. Ao longo de anos a fio, assinaram com os capitalistas acordos cujas consequências foram a redução dos salários e das reformas, a eliminação de programas sociais, e a concessão de inúmeras facilidades fiscais para o patronato. Semearam ilusões deixando o povo acreditar que um capitalismo de rosto humano pudesse ser possível, que a economia de mercado conseguisse ser regulada e controlada, e que seria eficaz um combate à especulação, que por sua vez, consiste numa questão imanente e a regra do jogo seguida neste sistema político de exploração. Propuseram reivindicações que favorecem os interesses do patronato e a sua obsessão pela maximização dos lucros, enquanto que ao mesmo tempo, reforçavam amplamente uma frente de batalha que prometia uma ainda melhor optimização dos lucros obtidos pelo capital ou seja, apostando na oposição de fachada. As forças reformistas e oportunistas, as forças do sindicalismo amarelo, apoiadas pela CSI, consideram que as mobilizações de inúmeros participantes para as manifestações de 24 de Março, e que se encontram em perfeita sintonia com os objectivos do capital europeu, não passam de mais uma “etapa”.
No entanto, não se trata aqui tão somente da constatação do facto de essas forças serem incapazes de organizar a luta dos trabalhadores. Essas forças procuram, igualmente, deixar transparecer a ideia de identificação social entre alguns trabalhadores com as classes sociais dominantes, ou então desorientando-os, até se colocarem numa posição antagónica aos interesses do povo. Na realidade encontram-se no outro lado da barricada. Este posicionamento político tem de ser desmascarado, mesmo se estes fariseus alardearem intenções hipócritas, sob a pressão das posições políticas dos interesses de classe e dos trabalhadores que desse modo irão acabar sempre por inspirar a desilusão e a desmobilização das forças operárias e populares.
A própria experiência do KKE na sua luta pela Grécia comprova que a emancipação e a união entre os operários, torna necessário a afirmação do combate contra os representantes do capital, e que é muito melhor escutada através do movimento sindical. Os trabalhadores devem reforçar aqueles que lutam pela sua classe social, e fortalecer a sua organização nos locais de trabalho, ao mesmo tempo que a batalha contra a plutocracia e as medidas anti-populares forem decorrendo. O movimento popular nada deverá esperar de positivo da parte da CES ou da CSI. Têm estado ao serviço do capital e certamente, continuarão a agir desse modo no futuro. As suas iniciativas e as suas mobilizações têm o objectivo de alcançar o controle total da resposta dos trabalhadores , manipulando-os para que desse modo o consequente aprofundar da luta de classes, nunca seja correctamente interpretado pelo povo.
A necessidade da definição de uma estratégia unida das diferentes forças intervenientes devidamente articuladas e com a mesma posição de classe, e a sua coordenação no plano internacional mediante a Federação Sindical Mundial (FSM), está a ser muito debatida actualmente. O conflito existente entre as forças que têm uma leitura de luta de classes e as diversas forças do consenso da concertação social e do reformismo, impõem esta urgência. Este conflito acabará por reforçar de forma decisiva a FSM, e poderá ajudar à emancipação das forças que defendem o povo.
A experiência adquirida demonstra a necessidade de coordenação das acções de massas, nos locais de trabalho, assim como nos bairros populares, para contribuir com uma resposta consciente ao ataque coordenado pelo capital europeu e do governo pequeno burguês. Os trabalhadores são aqueles que produzem a riqueza e deveriam reivindicar por isso mesmo o seu retorno.
Nota do Tradutor:CES, Confederação Europeia dos Sindicatos; CSI Confederação Sindical Internacional.
Este texto foi publicado em http://fr.kke.gr/news/2010news/2010-03-symvivasmenoi/
Tradução de João Hinard de Pádua
Este texto foi publicado em http://fr.kke.gr/news/2010news/2010-03-symvivasmenoi/
Tradução de João Hinard de Pádua
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