15/10/2009

"Pesquisa da CNA é ridícula", diz dirigente do MST

14 de outubro de 2009
O MST criticou a pesquisa divulgada ontem (13/10) pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com base na qual a entidade afirma que cerca 72% dos assentamentos do país não produzem o suficiente para gerar renda e que 37% dos assentados brasileiros vivem mensalmente com no máximo um salário mínimo. Para o MST, a pesquisa - encomendada pela CNA ao Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) - não pode ter relevância porque analisou apenas nove assentamentos.
“Uma pesquisa feita em apenas nove assentamentos é tão tabajara e ridícula que não tem relevância alguma. Estranhamos que o Ibope se preste a esse tipo de trabalho apenas para atender a vontade dos latifundiários. Confiamos no Censo Agropecuário, que demonstra que a concentração de terras no país cresceu nos últimos 10 anos”, afirmou João Paulo Rodrigues, integrante da coordenação nacional do MST, nesta quarta-feira (14/10).
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) também condenou a pesquisa. Em entrevista coletiva, ontem, (13/10), o presidente do órgão, Rolf Hackbart, disse que o Censo Agropecuário apresenta números bem diferentes dos da CNA.
“Quero reafirmar que a reforma agrária produz muitos alimentos. O Censo Agropecuário, que pesquisou todos os estabelecimentos do país, mostra que a agricultura familiar detém 24% da área total e produz 40% do valor bruto da produção agropecuária brasileira. Fico com o censo e não com o Ibope, que pesquisou mil famílias. Temos 1 milhão de famílias assentadas no Brasil inteiro em 80 milhões de hectares. A amostra é insuficiente”, afirmou Hackbart. Para ele, a pesquisa da CNA teve o interesse de demonstrar que a “reforma agrária não é mais necessária”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário