28/06/2008

PCV: Chamado para que presidente seja "fator de unidade e coesão das forças revolucionárias"

Partido Comunista da Venezuela pede que se diga claramente ao país se existe alguma mudança política, econômica, tática ou estratégica que provoque a exclusão do Partido Comunista Caracas, 23 de junho. Tribuna Popular TP .- O Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da Venezuela fez um chamado ao Presidente da República para que ele seja o fator de unidade e coesão de todas as forças revolucionárias do processo venezuelano. Assim afirmou o Secretario Geral do Partido, Oscar Figuera, em coletiva de imprensa."É o momento de assumir que o que mais serve à revolução venezuelana é que Hugo Rafael Chávez Frías seja fator de unidade, de coesão de todas as forças sociais e políticas do processo revolucionário, e que não se assuma como chefe de uma parcela em particular, mas sim de todas as forças e de todo o processo", assinalou o dirigente. O momento é de unidade e direção coletiva O PCV caracterizou a situação política nacional por que passa o país como a que traz a necessidade de construir a unidade. "Este momento segue sendo da Unidade Popular Revolucionaria, e dentro desta caracterização é urgente, para os comunistas, que se avance na construção do instrumento unitário – uma ampla frente nacional antiimperialista – em cuja direção deve avançar a Aliança Patriótica", reafirmando que "o momento pede uma Direção Coletiva do Processo Revolucionário venezuelano". "Na medida em que se reativa a contra-ofensiva da reação mundial, é necessário fortalecer na mesma proporção essa liderança do Presidente, fortalecer a coesão de todas as forças, construir o instrumento da unidade popular revolucionaria e dotar esse instrumento para além de uma declaração programática de caráter estratégico, dotá-lo de uma Direção Coletiva do processo revolucionário", enfatizou Figuera."Nunca será perda de tempo construir a unidade, o instrumento da direção coletiva". Para os comunistas, seria um erro estratégico do processo revolucionário "não avançar nessa direção", já que isso põe em risco o rumo do processo revolucionário venezuelano e a perspectiva socialista do processo". O PCV se pergunta se há uma mudança na direção do processo No processo de libertação e independência nacional pelo qual transita a revolução, movem-se diferentes interesses de classe, assinala o PCV, "entre os que estamos convencidos que se deve avançar para o socialismo e aqueles que, no próprio seio do processo, aspiram a uma virada profunda para a centro-direita".Figuera advertiu que os únicos a quem serve a divisão e a falta de coesão das forças revolucionárias são os que aspiram que o processo marche para a centro-direita."A ninguém mais serve um discurso anticomunista, a ninguém mais serve o isolamento das forças revolucionárias senão àqueles que, desde fora da revolução, como aliados históricos do imperialismo norte-americano, e mesmo no próprio seio da revolução, não interessa um caminho na direção da construção do socialismo", disse.O Partido Comunista da Venezuela pediu para que se diga claramente ao país se existe alguma mudança política, econômica, tática ou estratégica que provoque a exclusão do Partido Comunista do conjunto de forças que formam parte deste processo: "é importante que se diga ao país claramente".O PCV reafirmou seu pertencimento ao processo revolucionário venezuelano por direito próprio, "direito próprio ganho em décadas de combate contra o imperialismo, contra o capitalismo, contra a burguesia, pelos direitos do povo, pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras", manifestando que quem buscar sua exclusão "não a conseguirá". O PCV ratificou as candidaturas para as eleições regionais O Partido Comunista da Venezuela ratificou as candidaturas a governador de Eduardo Linarez em Yaracuy, Carlos Armiche Padrón em Sucre, Henry Parra "O Galo" em Táchira e Amado Heredia no Delta Amacuro, assim como as candidaturas aos municípios e conselhos estaduais definidas no XXII Pleno do Comitê Central.Figuera assinalou, a respeito, que "assumimos com todas as forças que somos parte da revolução e que temos o legítimo direito a apresentar candidaturas, um direito legítimo de toda organização".O dirigente foi enfático ao assinalar que não se trata de uns partidos terem direito, e outros não, a apresentar e postular candidaturas. "Para isso são os processos de construção unitária, de construção dos consensos", expressou.Para o Partido Comunista não basta obter a maioria de votos na eleição de um candidato, é necessário avaliar o perfil dessa candidatura, saber "se ela responde aos objetivos da transformação revolucionária da sociedade".Em um jogo de palavras, o Secretário Geral do PCV disse que "pode ocorrer que, ganhando, percamos". Seria o caso de ganharem candidaturas cuja proposição é fazer perder tudo o que este processo tem avançado. E disse que "se ganhamos com algumas candidaturas, não estamos avançando mas perdendo".Por isso, ratificou que faz falta essa direção coletiva, "para avaliar cada candidatura, para que sejamos menos erráticos em nossas iniciativas". O candidato do PSUV a Táchira deve definir seu perfil Fazendo uma análise de algumas candidaturas, Figuera expressou que no caso do Estado Táchira, a Direção Regional do PCV determinou que a apresentação de um candidato pressione o candidato do PSUV, Leonardo Salcedo, a "definir claramente seu perfil frente ao processo revolucionário. Estamos falando de construir o socialismo", assinalou. A respeito, disse: "Necessitamos que esse candidato diga de verdade que está comprometido com um processo de realização revolucionária". O PCV exigiu inclusive que o candidato faça uma autocrítica de sua conduta nos acontecimentos de 11 e 12 de abril de 2002, já que seu antecedente conhecido na região é de que sua conduta não havia sido de defesa do processo revolucionário, mas justamente o contrário.Oscar Figuera adicionou que "não se pode cometer um erro com essas características que se sucederam em Táchira e agora, com a cara lavada, ser candidato do processo revolucionário", assinalou o dirigente. Em Táchira, não pode haver um governador não ganho para o processo revolucionário porque, segundo o PCV, "os combates que estão em desenvolvimento e estão por vir serão da maior profundidade". A Aliança Patriótica deve se estruturar em todo o país O Partido Comunista está pondo todo seu empenho para que a Aliança Patriótica se converta na Direção Coletiva da Revolução e se transforme na grande Frente Nacional Antiimperialista que o processo historicamente necessita. Figuera afirmou que "não há processo revolucionário que possa ocorrer de verdade se não são construídos os instrumentos de direção revolucionária necessários para empurrar estes processos. Trata-se de uma necessidade histórica".Frente à possibilidade de o PSUV manter, de forma excludente, todos os seus candidatos, Figuera manifestou a necessidade de ser consistente e consequente com o que todos os setores têm assinalado, que a Aliança Patriótica é estratégica, e para além das eleições, no caso de não haver acordo em todas as regiões do país, ela "não deveria se romper".

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