26/03/2010

Todo apoio à greve dos professores

Unidade Classista – Trabalhadores da educação
Construindo a Intersindical e a Oposição Alternativa

A Unidade Classista é uma corrente sindical composta por militantes do PCB e pro trabalhadores e sindicalistas que querem resgatar um sindicalismo de luta, de defesa dos interesses dos trabalhadores, unitário e classista. A Unidade Classista participa da construção da Intersindical, instrumento de organização e luta dos trabalhadores.
Nós, professores da rede estadual de São Paulo, estamos em greve desde 5 de março. A situação dos profissionais da educação em São Paulo se tornou insuportável. Os salários, congelados há mais de dez anos, não permitem uma vida digna, muito menos possibilitam aos professores investirem na sua formação. O governo Serra procura culpar os professores por todos os males da educação, isentando os sucessivos governos pelo abandono das escolas e dos alunos. O governo destrói os planos de carreira, dividindo a categoria em regimes de trabalho diferenciados e cada vez mais precários, numa insuportável sopa de letrinhas.
A greve dos professores é necessária e todos os trabalhadores devem manifestar ativamente sua solidariedade com os profissionais da educação em luta. A luta dos professores é a luta de todos os trabalhadores, dos pais e dos estudantes.
Os governos não cumprem com as suas obrigações constitucionais de garantir uma educação pública e de qualidade. Terceiriza a elaboração e a aplicação das políticas públicas para organizações não governamentais, tipo Todos pela educação, ligada ao grande empresariado de São Paulo. A política do “mérito” e a submissão da educação aos interesses empresariais é uma política tanto do governo Serra quanto do governo Lula. A remuneração por mérito é originada em um decreto do Ministério da Educação. Essa mesma política é reproduzida na rede municipal pelo prefeito Kassab.
A luta dos professores, nos últimos anos, tem impedido vários ataques dos governos contra a educação. Em 2007, 60000 trabalhadores da educação saíram às ruas e barraram o PLC 26, que tratava da contratação dos OFA’s. Em 2009, com uma mobilização bem menos significativa, os professores lutaram contra esse mesmo PLC, que se tornou a lei 1093, de contratação de temporários, e 1097, a lei da política meritocrática. Neste ano, o governo do Estado, em função da mobilização em plenas férias, não aplicou o caráter eliminatório da provinha dos OFA. Há estudos de Institutos ligados ao governo e ao empresariado acerca do modelo de Nova York, onde as empresas assumem a gestão das escolas, aumentando a terceirização e a precarização e estimulando a competição entre escolas e professores. Em Nova York, os professores que não atingiram a pontuação exigida perdem o acesso às salas de aula, ficam em salas vigiadas por câmeras estudando conteúdos exigidos pelo governo local.
Essa greve deve ir além das questões econômicas, lutando para impedir os ataques contra os professores e a educação. As nossas lutas servem de acúmulo para conquistas futuras e para dificultar a implantação de um projeto que põe a escola a serviço dos interesses do capital e da burguesia. Por isso é necessário insistir na luta, fazendo a greve e discutindo com os colegas e a comunidade escolar a sua importância, independente dos resultados imediatos.
A mobilização dos professores é exemplo para outras categorias em luta. A mobilização não pode cair nas armadilhas do oportunismo eleitoral e do aparelhamento partidário. Deve ser construída nas escolas, no cotidiano dos professores, em conjunto com os professores das demais redes, com os trabalhadores de apoio, com os alunos e pais de alunos. A unidade e a disposição de luta são a chave da vitória e da conquista das reivindicações. Cada professor é um ativista na luta pelos direitos da categoria e por uma educação digna.

25/03/2010

PCB NA TV:

Dia 25 de Março
(nesta quinta-feira)
De 20:30 às 20:35 h
No mesmo dia da celebração dos 88 anos de vida do PCB, fundado em 25 de março de
1922!
Pronunciamentos de Ivan Pinheiro e Mauro Iasi
(membros do Comitê Central do PCB)
- cadeia nacional de TV aberta: de 20:30 às 20:35;
- cadeia nacional de rádio: de 20:00 às 20:05 h

POR QUE O PCB VAI APRESENTAR CANDIDATURA PRÓPRIA NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

(Nota Política do PCB)
O PCB julga-se no dever de esclarecer:
1 – Não nos imiscuímos em assuntos internos de outros partidos. Assim sendo, como partido, não temos nem preferências nem vetos em relação aos dignos e valorosos companheiros do PSOL que disputam internamente a indicação como candidato à Presidência da República.
2 – Em programa institucional no próximo dia 25 de março, em cadeia nacional de rádio e televisão, informamos ao povo brasileiro a determinação de nos apresentarmos nas eleições presidenciais deste ano com identidade própria, sem prejuízo de coligações, no campo da oposição de esquerda, em algumas eleições estaduais. A data do anúncio coincide com o aniversário de 88 anos do PCB, fundado em 25 de março de 1922.
3 – Esta atitude é conseqüente com nossa postura desde o início de 2006, quando já deixávamos claro que não estávamos procurando uma mera coligação eleitoral e muito menos candidaturas, mas a construção de um bloco na perspectiva de uma frente anti-imperialista e anticapitalista permanente, para além do PCB, PSOL e PSTU (incluindo movimentos e organizações populares) e para além das eleições.
4 – Em 2006, a coligação eleitoral então denominada “Frente de Esquerda” dissolveu-se, na prática, dois meses antes das eleições. Suas únicas reuniões, até junho de 2006, tiveram como pauta exclusiva os acordos em torno de candidaturas. Desde então, não houve qualquer reunião trilateral e, no caso pelo menos do PCB, nem bilateral, além de episódicos e superficiais contatos regionais.
5 – Para o PCB, foi equivocado o desinteresse em discussões sobre a conjuntura, a tática e estratégia dos caminhos ao socialismo, que gerassem consensos programáticos. Fizemos em 2006 uma campanha presidencial sem programa, abrindo espaço para a então candidata da coligação expor suas opiniões pessoais que, em muitos casos, não correspondiam nem às do seu próprio partido.
6 – Jamais, enquanto partidos, confrontamos nossos pontos de vista sobre qualquer tema, sendo que em alguns temos divergências importantes, algumas inconciliáveis. Entre estas, há questões que nos são muito caras, como a necessidade de criação de uma organização intersindical classista que seja baseada na centralidade da luta do trabalho contra o capital, a atualidade da construção de uma frente anticapitalista e anti-imperialista para além do economicismo e das eleições e o internacionalismo proletário, com a solidariedade firme e inequívoca à Revolução Socialista cubana, aos processos de mudanças na Venezuela e na Bolívia, ao povo palestino e aos demais povos em luta.
7 – Sempre defendemos a necessidade de uma construção programática que envolvesse muito mais que os três partidos da Frente de Esquerda, com vistas à formulação de uma alternativa de poder que venha a se contrapor ao bloco conservador, como ponto de partida de possíveis coligações eleitorais, evitando que a disputa e decisão sobre os nomes e candidatos ocorra antes e, na maioria das vezes, no lugar da discussão programática de eixos mínimos que possam representar a reorganização de um bloco revolucionário do proletariado.
8 – No entanto, estamos no final de março de 2010 e até agora só temos notícias das intenções dos partidos que compuseram aquela coligação pelos meios de comunicação ou por informes que nos chegam sobre o processo de escolha de candidatura presidencial no PSOL, que começou com a opção de Heloísa Helena por disputar o Senado, depois o desencontro previsível com Marina Silva e agora com a disputa interna ainda em curso.
9 - Não podemos deixar de registrar também nossa contrariedade com os rumos tomados pela então Frente de Esquerda, no que tange aos parlamentares eleitos com a soma de votos de dezenas de candidatos dos três partidos que a compuseram. Os mandatos, em especial os de âmbito nacional, não contribuíram para a unidade e a continuidade da mesma. Como acontece com os partidos convencionais, foram tratados como de propriedade dos eleitos, sem qualquer interação ou mesmo consulta política aos partidos que os elegeram. A preocupação principal desses mandatos foi garantir a própria reeleição.
10 – Queremos manter com os partidos, organizações e movimentos classistas que, como nós, vêem a ruptura do capitalismo como a única possibilidade de transição para o socialismo, uma relação independente, baseada em consensos programáticos e na ação unitária no movimento de massas, o que não significa necessariamente estarmos juntos nas mesmas entidades, organizações e coligações.
PCB – Partido Comunista Brasileiro
Comitê Central
22 de março de 2010